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Campeão do ano
Posted June 13, 2013
on:Jehozadak Pereira
Publicada no ‘Jornal da Tarde’ em junho de 1993, acerca do título do Palmeiras em cima do Corinthians no Campeonato Paulista
Foi duro agüentar tantas gozações dos corintianos após o 1×0 do primeiro jogo. O gol “porquinho” marcado por Viola despertou muitas apelações do tipo “ganhamos da seleção do porco rico”; dia 14/6 seria feriado do “dia dos porcos tristes”, e por aí afora.
Mas no último jogo o que vimos foi o Viola virar “cavaquinho”, e daqueles bem desafinados, e o Neto virar “primo”, daqueles de quinto grau e bem distante. O Palmeiras mostrou que quem morre na véspera é só peru. E o Corinthians ficou como “campeão da semana” e o Verdão como “campeão do ano”.
Jehozadak Pereira
Enquanto o Corinthians batia o Boca Juniors e conquistava a sua maior glória na noite da quarta-feira, o presidente do Palmeiras e um conselheiro trocavam socos e pontapés mostrando que o bastidor do clube é de longe o mais conturbado do futebol brasileiro. Tudo isto aconteceu na véspera da decisão da Copa do Brasil contra o perigoso Coritiba, e certamente vai refletir no time em campo. Uma prova disto é a permanente tensão entre Luis Felipe Scolari e a diretoria do clube, sempre com os nervos a flor da pele e com críticas ferrenhas de todos os lados.
A briga entre o presidente e um conselheiro é digna de times de várzea onde quem grita é o melhor do time e onde o dono da bola e das camisas joga porque manda. O Palmeiras que um dia foi grande, ou melhor, um gigante que hoje caminha para ser um anão futebolístico, pois não é nem sombra do clube que foi no passado. O Palmeiras foi o primeiro time que teve estampado a marca de um fabricante de material esportivo – Adidas; foi o primeiro a fechar um contrato de publicidade para a camisa em 1984; foi o primeiro a fechar um contrato de parceria – Parmalat.
Porém, as coisas começaram a mudar no dia em que os bastidores políticos do clube se dividiram e tudo desandou. Tudo ficou pior quando o grupo de Mustafá Contursi assumiu e dominou a política do clube entre 1993 e 2005. A partir daí as correntes políticas do clube se digladiam frequentemente e tudo acaba refletindo no campo. Contursi lançou a moda dos times bons e baratos e isto fez com que o Palmeiras caísse para a Série B em 2003. Até hoje Contursi dá as cartas por lá e faz e desfaz tudo de tal modo que não há estabilidade e nem paz para que se trabalhe em paz.
Tem também dirigente de torcida uniformizada que ameaça, persegue, bate e pressiona técnicos, jogadores e dirigentes e se vale da truculência para impor a sua vontade e desejo, volta e meia a torcida persegue e agride jogadores que vão embora para nunca mais voltar, ou seja, truculência e violência em primeiro grau.
As campanhas do Palmeiras têm sido medíocres nos últimos anos e os vexames se sucedem uns aos outros. Quando treinou o Palmeiras pela primeira vez, Luis Felipe Scolari vivia as turras com parte da torcida, a quem apelidou de “turma do amendoim”, que o vaiava impiedosamente. A cada gol que o time marcava, Scolari se virava para a torcida e fazia caretas, quando não dava uma banana e os chamava para a briga.
Hoje o Palmeiras é um clube com camisas de aluguel sempre a disposição de empresários que colocam seus jogadores numa das maiores vitrines do futebol brasileiro e com isto o Palmeiras vai seguindo firme no caminho de se transformar somente numa camisa outrora gloriosa. Nos últimos tempos o Palmeiras abrigou jogadores sem categoria e gabarito para jogar por lá e só o fizeram porque na maioria das vezes possuem bons padrinhos e empresários poderosos para que se valorizem e depois os vendem com lucro.
O Palmeiras não passa uma temporada sem dar um vexame, de preferência contra algum time pequeno ou inferior tecnicamente. Não se sabe se o problema é arrogância, soberba, menosprezo ou excesso de confiança mesmo. Na realidade o problema do Palmeiras é a eterna guerra entre situação e oposição que se desenrola há anos seguidos com prejuízos e reflexos enormes no campo. Por outro lado há uma torcida violenta e impaciente, sempre pronta a explodir e atacar jogadores, não se sabe se insufladas por alguma corrente política contrária a atual gestão.
O Corinthians é um dos maiores vencedores nas últimas duas décadas no futebol brasileiro e somente conseguiu isto após apaziguar a sua política e de os dirigentes ter levado a coisa de tal modo que o que vale são as conquistas em campo e que deixam longe do time as divergências dos bastidores. A conquista do Campeonato Brasileiro no ano passado e da Copa Libertadores é a prova de que a gente corintiana está no caminho certo, lição que os dirigentes palmeirenses precisam aprender imediatamente por uma questão se sobrevivência.
O certo é que o Palmeiras é um eterno barril de pólvora sempre pronto a explodir e as lições corintianas devem sim, ser seguidas pelos dirigentes palmeirenses, caso contrário o time irá de mal a pior, vivendo de lampejos cada vez mais opacos e ocasionais.
Precisando costurar minha boca…
Posted May 22, 2008
on:Jehozadak Pereira
De tanto dar risadas! Não há dinheiro que pague ver o São Paulo tomar – mais uma cacetada, e ainda por cima com frango do arrogante e fraquinho, fraquinho Rogério Ceni. Depois de perderem do meu Palmeiras nas semi-finais do campeonato paulista e reclamarem até cansar, eles perdem agora do Fluminense e estou ansioso para saber qual vai ser a desculpa desta vez, afinal, eles sempre tem uma prontinha…