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Jehozadak Pereira

Rafael têm muitos amigos e amigas no seu perfil no Facebook. Outro dia na balada foi ignorado por um deles e ficou revoltado pois fora adicionado e frequentemente o seu ‘amigo’ postava-lhe mensagens e curtia as suas fotos e atividades. Conversando com a sua namorada deu-se conta de que não era o único naquela situação, pois com ela acontecia a mesma coisa, inclusive com colegas de sala de aula na faculdade, ou seja, eles eram ao mesmo tempo amigos e desconhecidos de gente com quem partilhavam todas as coisas. Read the rest of this entry »

Jehozadak Pereira

Publicado originalmente no www.acheiusa.com

Rafael têm muitos amigos e amigas no seu perfil no Facebook. Outro dia na balada foi ignorado por um deles e ficou revoltado pois fora adicionado e frequentemente o seu ‘amigo’ postava-lhe mensagens e curtia as suas fotos e atividades. Conversando com a sua namorada deu-se conta de que não era o único naquela situação, pois com ela acontecia a mesma coisa, inclusive com colegas de sala de aula na faculdade, ou seja, eles eram ao mesmo tempo amigos e desconhecidos de gente com quem partilhavam todas as coisas.

A partir daquele dia resolveram que as coisas seriam diferentes e somente teriam como amigos aqueles com quem realmente tivessem afinidades e começaram uma limpeza que durou dias até que ficassem somente amigos e parentes. “Tornou-se um hábito das pessoas adicionar qualquer um que lhes peça para ser adicionado e as vezes não nos damos conta de que sequer sabemos quem são ou o que representam de fato”, diz Rafael.

Com a febre do Facebook que originariamente nasceu para ser um pólo de integração dos alunos de Harvard, milhares de pessoas abandonaram os seus perfis no Orkut e uma nova onda aconteceu, pois as redes sociais servem para que as pessoas possam ver e ser vistas independentemente do lugar onde estejam. Também se tornou um método para reencontrar velhas amizades, parentes e sobretudo para interagir com novas pessoas.

Porém, o que deveria ser uma diversão acaba por se tornar uma fonte de preocupação e stress, pois como não há um manual de etiqueta de como se comportar e as pessoas não sabem como agir diante de algumas situações que as vezes tendem a se tornar embaraçosas e preocupantes. A maioria das vezes as pessoas estão ou são solitárias e não tem paciência para cultivar amizades duradouras e é aí que entram as redes sociais.

Em 2009, Eudes Souza, que morava em Boston, Massachusetts aplicou via MSN Messenger um golpe numa brasileira que mora em New Jersey. Adicionada no MSN por Eudes, a mulher não se deu conta de que estava caindo numa armadilha e perdeu aproximadamente US$ 6 mil – parte em dinheiro e parte numa dívida do cartão de crédito. Além disto seu irmão perdeu no Brasil outros US$ 6 mil, já que Eudes afirmava ter um esquema que facilitava a retirada de vistos de trabalho nos EUA. Uma queixa foi prestada numa delegacia de polícia em Governador Valadares e Eudes sequer foi ouvido pela justiça, já que o inquérito policial não deu em nada, ficando a frustração da brasileira que acreditou que Eudes ou ‘Paulo’ como ele se apresentava estava apaixonado por ela.

Tempos atrás uma discussão sobre como agir no caso de encontrar uma pessoa a quem havia excluído do perfil no Facebook. Cumprimentar ou não? “Eu cumprimentaria a todos como sinal de civilidade e boa educação. Manter alguém no Facebook é decisão que não pode abranger a todos os que conhecemos. Cumprimente sim, é mais elegante. Acho que há relacionamentos que não cabem num social network, mas como tudo é relativamente novo, vamos descobrindo à medida que erramos”, disse uma das debatedoras.

Lara – nome fictício se deu mal no ano passado por causa de umas fotos que postou no Facebook. Há 12 anos nos EUA e morando na região de New York, Lara fez de brincadeira umas fotos sensuais com um fotógrafo que é seu amigo no final de 2010. Formada na universidade se candidatou a uma vaga num dos mais respeitados escritórios de advocacia na cidade e ficou com o emprego. Um mês depois foi dispensada por causa as fotos postadas no Facebook e que haviam sido descobertas por investigadores contratados pelo escritório para levantar a vida pregressa dos recém-contratados. De nada adiantou os seus argumentos. “Disse a eles que as fotos eram uma mera brincadeira e que não via maldade alguma nelas, já que estavam abertas para o meu círculo de amizade. Até hoje penso que quem descobriu foi uma determinada pessoa que me adicionou e que jamais conheci ou sabia quem era, só sei que depois disto só adiciono quem realmente conheço e aprendi uma dura lição de que o meu futuro pode ser comprometido por causa de algumas fotos. Fotos, que tirei imediatamente do meu perfil e hoje tenho 50 e poucas pessoas como amigos, mas tenho a certeza de que são realmente meus amigos”, disse.

Dicas para se dar bem

–       Se tiver dúvidas sobre quem está te adicionando, não aceite

–       Se tiver dúvidas acerca daquela pessoa que você não conhece e que te adicionou, delete-o

–       Jamais justifique ter excluído, bloqueado ou não aceitado uma amizade

–       Elabore listas específicas e coloque nelas as pessoas conforme seu critério

–       O Facebook permite que se bloqueie as suas informações, fotos e postagens

–       Jamais coloque em redes sociais informações pessoais como data de nascimento, número de documentos, endereços, relações familiares, trabalho e telefones

–       Se for colocar fotos de carros e motocicletas, omita as placas

–       Partilhe somente informações com quem você confia de fato

–       Não exponha sua intimidade de modo algum

–       Não xingue e nem destrate ninguém

–       Respeite para ser respeitado

–       Não poste spam ou propaganda do seu negócio ou profissão

–       Não envie mensagens não solicitadas

–       Não clique em links que te enviam. Você pode estar caindo numa armadilha

–       Cuidado com as correntes e mensagens de cunho religioso ou político

–       Se cansou, delete o seu perfil nas redes sociais

–       Não poste e nem escreva nada do qual possa se arrepender mais tarde

–       Lembre-se que por mais restrito que esteja o seu perfil, as redes sociais são sim um livro aberto…

Jehozadak Pereira

Tudo o que está ruim pode piorar e isto pode ser comprovado na prática depois da infeliz resposta que a presidente Dilma Rousseff deu à pergunta se poderia estender ao brasileiros indocumentados nos Estados Unidos os benefícios do programa ‘Ciência sem Fronteiras’, na sua curta passagem por Boston, semanas atrás.

Como era de se esperar houve uma gritaria e protestos da comunidade brasileira para o tema. Houve também aqueles que acham que a presidente estava certa ao responder do modo como respondeu. Porém – sempre há um porém – o Núcleo do PT em Boston – sim, nós temos um núcleo do PT em Boston, através de Claudia Tamsky, coordenadora do partido decidiu que tinha que responder aos descontentes e produziu uma pérola que merece entrar para os anais da história da comunidade brasileira, seja pela desfaçatez, seja pelo cinismo, seja pela dissimulação da resposta.

Em e-mail enviado no dia 19 de abril, Claudia Tamsky consegue ver na pergunta feita à presidente ‘motivos políticos e não com a preocupação dos jovens indocumentados‘. Quem seriam os interessados em desestabilizar a presidente Dilma? Se sabe diga quem são, se não sabe não fale bobagens.

Claudia continua o seu arrazoado com uma afirmação de que o governo brasileiro apoia os seus cidadãos no exterior através da rede consular, como disse a presidente na sua resposta. Ora, o governo brasileiro seja ele de qual matiz política for tem a obrigação de assistir com dignidade aos seu cidadãos seja em qual circunstância for e isto não é favor, é dever de um – o governo e direito do outro – o brasileiro que está no exterior. Na sequência, Claudia comete outro deslize ao afirmar que os governos do PT fizeram coisas pelos imigrantes que nenhum outro governo fez. Mentira.

O Consulado-Geral do Brasil em Boston, até a administração passada vivia a míngua, sem recursos, sem funcionários e prestando um serviço de quinta categoria em pleno exercício do governo Lula da Silva. Os petistas, tal como Claudia dizem que antes de Lula o Brasil não existia. Existia sim, e dividiu-se entre bons e maus governos e governantes, negar isto é característico dos governos totalitários, como parece se encaminhar para ser o do PT.

Reportagens e matérias foram escritas a respeito disto com todos os diplomatas que passaram pelo posto e eram unânimes em dizer e mostrar os ofícios que enviavam aos montes ao governo brasileiro pedindo verbas, pedindo funcionários, pedindo recursos. Nos últimos meses a coisa melhorou sensivelmente mas ainda está longe de ser o ideal.

Dizer que a Caixa Economica Federal atua ativamente e repassa o FGTS a trabalhadores que estão nos EUA é um exercício de cara de pau, já que isto é uma reivindicação antiga e que calhou de ser liberada neste instante, o que não é nenhum favor e sim uma atitude respeito ao trabalhador imigrante que pode finalmente lançar mão do que é seu por direito.

Mas o pior na peroração de Claudia Tamsky estava por vir. Novamente ela consegue enxergar o seguinte – “Enfim, devemos analisar essa questão com justiça e não através de emoções movidas por interesse politico ou populista” (SIC). Quem são os oportunistas interesseiros e populistas que querem ver a ruína do governo popular do PT? Há de se repetir que faria-nos um grande favor se revelasse quem são.

Mas há ainda o pior de tudo – “Caso a presidenta acenasse com a possibilidade do Ciências Sem Fronteiras para os brasileiros aqui nos EUA, logo logo estaríamos pedindo também o Minha Casa minha Vida aqui também, bem como outros programas sociais de ajuda aos mais necessitados no Brasil“, (SIC). Na visão de Claudia Tamsky quem reclama qualquer coisa do atual governo brasileiro o faz motivado por motivos escusos e pleitear qualquer coisa nesta altura é uma afronta aos olhos dela. Logo, se a presidente desse aos imigrantes indocumentados os benefícios do programa ‘Ciência sem Fronteira’, logo os mesmos imigrantes estariam pleiteando qualquer bolsa-esmola-populista-que-o-PT-distribui-a-farta.

O que os brasileiros que moram no exterior, especialmente os do EUA querem é respeito por parte de qualquer governo, inclusive este do PT, da sua presidente e do núcleo em Boston, que pelas palavras inapropriadas da sua dirigente está muito longe de defender os interesses da comunidade. O que o PT de Boston e sua dirigente querem é fazer valer a qualquer custo sua opinião e vontade sempre a favor do partidão que um dia foi dos trabalhadores e que hoje abriga nas suas fileiras todo tipo de gente, inclusive os interesseiros e corruptos de plantão.

Claudia Tamsky perdeu a grande chance de ficar calada neste assunto e ao se manifestar foi extremamente infeliz e indelicada com milhares de trabalhadores brasileiros que querem somente respeito e honestidade.

Jehozadak Pereira

Não podia ter sido pior a passagem da presidente Dilma Rousseff por Boston na terça-feira, 10. Isolada da população pelo rígido protocolo imposto pelo Itamaraty, a presidente passou ao largo dos brasileiros e tampouco fez questão de interagir com a comunidade. Ou seja, a intenção era fazer negócios e isto ficou mais do que evidente em todos os aspectos da sua visita ao Estado de Massachusetts.

Porém, no final da sua palestra na Harvard Kennedy School of Government, para alunos, autoridades e convidados, Dilma foi surpreendida com uma pergunta sobre o que poderia fazer por estudantes indocumentados, já que um dos motivos da sua visita ao Estado era fomentar convênios e acordos para o programa Ciência sem Fronteiras, inclusive abrindo a possibilidade de financiamento para quem mora no exterior e é indocumentado.

Dilma foi contundente na sua resposta ao dizer textualmente – “Quero ser muito sincera. Nós temos 190 milhões de pessoas no Brasil que tenho de dar conta delas e não podemos dar conta de tudo imediatamente e asseguro que gostaria muito que os que imigraram tivessem oportunidades, agora a prioridade que tenho que encarar é para os que estão no Brasil. As pessoas que moram aqui tem acesso a outras oportunidades que os que moram no Brasil não tem, tenho de dar conta disto, primeiro tenho de atendê-los e quero dizer que a longo do meu governo, não tenho como atender os imigrantes, tenho como protegê-los e colocar todo consulado garantindo e melhorando condições, conversando com governos no sentido de melhorar condições, mas não tenho como dar a todos os imigrados as mesmas condições dos que estão no Brasil”, disse a presidente Dilma.

Deve-se dizer à presidente Dilma Rousseff que a comunidade, ou melhor, que os brasileiros que moram no exterior não querem esmola, não querem trocados ou qualquer tipo de favor dela ou de qualquer outro governante de plantão. O que os brasileiros que migraram querem é respeito dos que tem o poder de mando, querem que o governo reconheça que têm direitos e que estes precisam ser respeitados.

Aliás, as coisas para os brasileiros que moram no exterior acontecem a conta gotas e ao que parece são assim, porque estes se contentam com pouco, muito pouco. Outro dia mesmo, através da rede consular foi liberado o saque de quem tem dinheiro oriundo do fundo de garantia de modo até simples e direto, mas que é pago no Brasil, embora o pedido possa ser feito em qualquer consulado nos Estados Unidos.

Também isto não significa que os brasileiros no exterior estão a mercê da própria sorte, mas deixa claro que não podem jamais depender de qualquer ato ou atitude do governo brasileiro em qualquer circunstância.

Deve-se dizer que o governo brasileiro não consegue sequer cuidar dos que estão dentro das suas fronteiras, o que dirá então dos que estão morando fora, haja visto as graves questões que envolvem a saúde – todos os dias temos notícias de que pessoas morrem nas filas dos hospitais sem atendimento adequado; da educação – é igualmente grave a questão do ensino fundamental no Brasil e da segurança pública, já que mesmo não sendo uma atribuição do governo federal, há falta de verbas e de preparo específico.

Logo, o que a presidente Dilma falou em sua estada em Massachusetts deixa mais do que claro que pouco ou nada se importa com quem está no exterior, e isto não é uma situação que foi criada neste instante e sim que já vem de longa data e que ainda vai perdurar por outro tempo.

A mensagem foi clara, direta e objetiva – que cada qual cuide do seu lado, pois se depender de D. Dilma…

Jehozadak Pereira

Este texto foi escrito em 21 de agosto de 2010 e publicado em seguida. Mostra a crise da qual a comunidade brasileira no Estado de Massachusetts vem passando e que se agravou desde então. O protagonista é o mesmo e onde tudo isto vai parar não se sabe. Mas pelo caminhar das coisas, vai longe…

O tiro no pé de Fausto da Rocha

Nada podia ser pior neste instante do que as declarações de Fausto da Rocha, ainda diretor-executivo do Centro do Imigrante Brasileiro ao portal G1 do sistema Globo de Jornalismo. Apesar de todos os esforços e do esclarecimento do Census Bureau acerca da privacidade e do sigilo dos dados colhidos da população que tem sido exaustivamente feito já há alguns meses, Fausto, sabe-se lá por quais motivos e razões resolveu simplesmente detonar com tudo isto.

É notório que Fausto da Rocha é tido como a personalidade de mais evidência entre a nossa comunidade nos Estados Unidos e tem desde há alguns anos uma carreira de bons serviços prestados na defesa dos direitos do trabalhador brasileiro. No entanto, nos últimos tempos Fausto tem perdido o seu tempo com algumas posições e posturas totalmente dispensáveis, como a sua perseguição ao cônsul-geral do Brasil em Boston entre outras.

Suas críticas, especialmente as que faz no programa de rádio, extrapolam o bom senso e a simples reclamação, ao partir para os ataques pessoais, talvez motivado pelo seu passado de ativista político no Brasil, onde importava reclamar, não importando contra quem. É a velha máxima dos ativistas espanhóis, de que se hay gobierno, soy contra.

Fausto poderia ser hoje se quisesse a maior liderança brasileira na América, mas ao invés de se tornar um grande prefere se apequenar. É notória a falta de um líder capacitado e coerente na comunidade brasileira, e certamente o diretor-executivo do Centro do Imigrante Brasileiro com seus 20 anos de América pode e tem a capacidade de saber o que de fato a comunidade precisa. Porém, quando deveria conjugar o verbo no plural, prefere conjugá-lo no singular, prestando um desserviço imenso às entidades como o Census Bureau e o Consulado Brasileiro. Poderia também ter ido muito mais longe do que foi se deixasse de lado algumas posições pessoais de intransigência deliberada.

Fausto não pode ignorar que sua voz tem um peso considerável, e há uma grande parcela da comunidade brasileira que o tem como um referencial importante e talvez o único. Fausto precisa saber que sua voz só é ouvida porque tem atrás de si uma entidade de respeito e de luta como o Centro do Imigrante Brasileiro, daí, a importância do que fala.

Inclusive, o board do Centro do Imigrante Brasileiro fez questão de dizer que a opinião emitida por Fausto a favor de um boicote ao censo é pessoal, mas como dissociar a fala da pessoa da entidade? Tampouco adiantaria jogar a culpa em cima do jornalista que fez a reportagem, pois este expediente já não cola mais

Se Fausto quisesse emitir a sua opinião como pessoa – e tem todo o direito de fazê-lo, deveria se afastar definitivamente do seu cargo, pois certamente a repercussão do que disse seria outra totalmente diferente. Também precisa saber que é hora de deixar o lugar para que outro tome conta e conduza uma das mais conceituadas organizações brasileiras no exterior ao patamar que ela precisa estar, e que tanto falta faz para a comunidade brasileira.

Não se sabe ainda se Fausto da Rocha foi infeliz ou precipitado – ou ambas as coisas – nas suas declarações, mas a realidade é que o estrago foi feito e agora teremos que nos desdobrar para corrigir o que foi dito.

Há por parte de alguns setores da sociedade, principalmente algumas lideranças religiosas  hispânicas um movimento para boicotar o Census 2010 em troca de uma anistia aos imigrantes indocumentados, e talvez seja a vontade de estar bem com esta gente é que tenha levado Fausto a se posicionar ao lado deles, mas há de se ressaltar que este boicote inoportuno gere problemas irremediáveis para quem está aqui sem documentos, ou seja, é possível que tudo piore em vez de melhorar. Se querem fazer um boicote que o façam, mas deixem de lado o Census 2010.

Fausto da Rocha poderia ter ficado calado em vez de pregar o boicote ao Census 2010, mas preferiu falar e deu um tiro no próprio pé, e desta vez passou de todos os limites.

Brasileiros de Boston podem salvar vidas de pacientes com leucemia em campanhas da Fundação Icla da Silva

Você, leitor, pode não saber, mas há uma possibilidade de ser a resposta para algum paciente que sofre de leucemia, linfoma ou outro tipo de câncer no sangue. Estes enfermos, na maioria crianças e adolescentes, necessitam urgentemente de um transplante de medula óssea de um doador compatível – ou seja, células de sangue. Como há pelo menos 68 brasileiros aqui nos Estados Unidos sofrendo destas doenças e as chances de compatibilidade são maiores dentro da mesma raça ou etnia, você pode ser a esperança. Para tanto basta dar o primeiro passo numa das campanhas da Fundação Icla da Silva, que neste fim de semana estará na região de Boston.

Desde 1992 a instituição realiza este trabalho de incluir possíveis doadores no Programa Nacional de Medula Óssea (Be The Match) através de ações em pontos brasileiros, desde igrejas e associações, até restaurantes, consulados itinerantes e eventos da nossa comunidade. Infelizmente, a probabilidade de pacientes conseguirem um doador compatível é pequena, mas é justamente aumentando o número de doadores no registro que poderemos aumentar a esperança dos pacientes e seus familiares.

De 27 a 29 de janeiro, ou seja, neste fim de semana, a Fundação estará com seus representantes e voluntários em várias campanhas na região de Boston, com o objetivo de registrar potenciais doadores. Basta preencher um formulário com informações pessoais e passar quatro cotonetes na bochecha. A saliva é suficiente para determinar se você é um doador em potencial e, em caso de compatibilidade, o possível doador será chamado para novos testes em um laboratório perto de sua casa. Vale lembrar que, com os avanços da medicina, quase 80% dos transplantes de medula óssea são feitos hoje através de um processo semelhante à doação de sangue, ou seja, fácil, seguro e gratuito.

Mensalmente 60 mil novos possíveis doadores se registram no programa nacional de medula óssea, cerca de 40 mil deles através da Fundação Icla da Silva, que é o maior grupo de recrutamento do Be The Match nos Estados Unidos. Só no ano passado, o registro americano facilitou a realização de mais de cinco mil transplantes, graças aos mais de nove milhões de pessoas inscritas. Precisamos, agora, de uma maior representatividade de brasileiros neste banco de doadores.

Seja você também um possível doador de medula óssea e salve uma vida! Participe, organize uma campanha. Alguém está precisando de sua ajuda. Mais informações pelo telefone 646.385-0671 ou através do site www.icla.org. Para registros online, use o link http://join.marrow.org/amor

Detalhes importantes:
– Para se registrar basta ter entre 18 e 61 anos de idade
– Qualquer pessoa pode ser incluída no Be The Match, independente do status imigratório neste país

Campanhas da Fundação neste fim de semana (confira outras no site icla.org):

Sábado, 28 de janeiro – 11 AM

Igreja Adventista Brasileira

4 Oak Street

Wakefield, MA – 01880

Domingo, 29 de janeiro – 9 AM

Igreja Santo Antônio de Pádua

400 Cardinal Medeiros Avenue

Cambridge, MA – 02141

Domingo, 29 de janeiro -7 PM

Revival Church for the Nations

25 Webster Street

Everett, MA – 02149

Ligue para 646.385-0671 para agendar uma campanha em sua comunidade

Jehozadak Pereira

Depois de algum tempo sem viajar para lugar algum, precisei ir à California e fazer a viagem de volta para Boston de carro. Três mil milhas. Sim, três mil milhas, ou 44 horas e alguns minutos, ou mais ainda, um caminho interminável.

Já conhecia a California e me surpreendi logo na chegado ao aeroporto de Long Beach, cujas formas arquitetônicas são dos anos 60, e um certo ar de nostalgia. A vida lá parece ter parado no tempo. Circulando pelo aeroporto deu para ver velhinhos de cabelos impecáveis e velhinhas que pareciam ter ido no mesmo cabelereiro do Bozo, pois os penteados eram rigorosamente iguais, sem contar aquelas de cabelo azul, que a gente só vê em filmes.

Circular pelas estradas da California, especialmente pela região de Los Angeles, é um desafio para quem dirige no trânsito de New England, onde a velocidade é reprimida e não se permite ir cinco milhas além do limite permitido sem que sejamos parados pela polícia, aliás, os policiais de New England teriam ataques só de ver o quanto andam os motoristas na California.

Bela, muito bela California, com suas montanhas e riqueza que chega a beira do exagero. Há pobreza também, mas isto é uma outra história. Meu destino era a região de Palm Desert, por sinal muito quente no inverno e por isso mesmo, povoado de gente que já se aposentou e foge do frio como o cão da cruz. Há também os bon vivants, com seus paletós de botões dourados, mocasins sem meia e mulheres de todas as idades com carteiras recheadas de dólares e muita disposição para deixá-los em alguma loja.

Para chegar a região do low desert, passo por centenas, milhares de hélices heólicas gerando energia, a partir da captação do vento, num balé ritimado e belo ao mesmo tempo, deve ser por isso que este estado é tão rico. Passo pela segunda rua mais cara dos Estados Unidos – a El Paseo, mas antes cruzo a Frank Sinatra Boulevard, deve ser por que ele morava por aqui. Morava mesmo. Tinha um rancho no sopé das montanhas. Fico imaginando como deve ser o rancho do The Voice.

Em Palm Desert que fica no Desert Area – a segunda região mais rica dos Estados Unidos, há restaurantes e lojas em profusão – todos muito caros, e é onde se vende a gasolina mais cara do país, mas nada que faça qualquer rombo nas contas milionárias. Um nome familiar me chama a atenção pelo nome brasileiro – Picanha, uma churrascaria que serve rodízio e caipirinha que é consumida às centenas todas as noites, e de preço salgado – US$ 35,96 mais serviço, bebida e sobremesa. O dono? É um egípicio que foi fazer um estágio de seis meses no Rio Grande do Sul para ver como se faz um churrasco de verdade. Já o arroz e feijão muito bom por sinal, quem faz é o Tonho e a Lupe, dois mexicanos, como a maioria dos funcionários.

O filme Ocean 12, foi filmado num dos muitos cassinos existentes na região, e muita gente lembra da beleza ímpar de Catherine Zeta Jones, já o público feminino prefere Brad Pitt, George Clooney e Michael Douglas, que embora não trabalhasse no filme, estava cuidando de Zeta Jones, cuidados plenamente justificáveis.

Nas ruas cruza-se e é possível parar ao lado de bólidos como Mercedes Benz, Ferrari, Porshe, Maserati, Rolls Royce, Lamborghini, Jaguar, dirigidos sem culpa nenhuma e por gente que só quer ser feliz, e parecem ser mesmo.

A opulência é tanta que a renda per capita ali é de US$ 138 mil por ano, um exagero para os padrões americanos. Há vilas e condomínios lindíssimos. Andando mais um pouco e dá para ver o estádio de tênis de Indian Wells, construído especialmente para a etapa anual do Master Series, que em 2005 foi vencida pelo suiço Roger Federer, chamado lá de Federexpress, pela qualidade do seu jogo.

O café da manhã dominical foi tomado num cassino – muito bom por sinal, numa mesa farta e variada, o que justifica a fama de que na California tudo é superlativo. A California fala inglês e espanhol – não necessariamente nesta ordem – e a influência espanhola está em todos os lugares, a começar pelo nome das cidades. Los Angeles, San Bernardino, San Diego, Santa Ana, San Francisco, Santa Barbara, Santa Monica, e, chega de santos, pois a relação é imensa.

Voltando ao café da manhã, era possível encontrar em muitas mesas turistas japoneses, coreanos e filipinos recuperando as forças para apostar mais ainda. Na California, como em todos os Estados Unidos os cassinos ficam em reservas indígenas, que arrecadam milhões de dólares por ano. Os caciques de verdade andam em picapes que custam verdadeiras fortunas e alguns têm até avião, sem contar aqueles que se formam nas melhores universidades americanas.

Ao pegar a estrada noto que não há Chips em lugar algum, por mais que eu procure. Procuro também por Frank Poncherello e John Baker, patrulheiros cujos papéis eram de Eric Estrada e Larry Wilcox. Nem sinal deles, Já Eric Estrada pode ser encontrado na Florida, onde vende terrenos, casas e oferece uma série de vantagens. Ia esquecendo que Chips é California Higway Patrol, que foi imortalizada num seriado que teve 139 episódios e passou durante anos no Brasil, marcando a vida de muita gente que hoje é adulta.

Havia uma longa jornada pela frente e logo estava no estado do Arizona com seus cactos, desertos e uma paisagem de desolação. Ao olhar para o deserto interminável fiquei imaginando que é em paisagens inóspitas como estas que nossos patrícios arriscam a vida para ter uma vida melhor, em alguns lugares à beira da estrada era possível ver placas alertando para o perigo das serpentes venenosas e outros animais peçonhentos. O telefone toca e alguém informa que em Boston já cai a primeira neve com chuva; já a temperatura lá era quente e nem parece que estamos no inverno. Polícia? Nem sinal. E como não há árvores ou placas, onde eles possam estar escondidos a espreita de algum apressadinho, concluo que eles devem estar ocupados com outras coisas. O deserto é vencido e logo entramos no estado de New Mexico, com suas montanhas e pedras vermelhas. Este é o estado de onde saiu a maioria dos soldados do pelotão Navajo Talkers. Mas, já são sete e meia da noite e na estrada sumiu todo mundo, e antes que os hotéis lotem e os perigos da noite cheguem paro em Gallup, para dormir.

Todos os direitos reservado ao autor – outubro/2005.

Jehozadak Pereira

A estrada interminável foi sendo superada aos poucos. A infra-estrutura é muito boa e sempre há bons postos de gasolina – mais barata que na região de Boston, hotéis, restaurantes – sempre há uma loja de fast food – para matar a fome, e a medida em que se vai avançando o preços vão subindo assustadoramente. No Arizona e New Mexico, a impressão que se tem é a de que a maioria dos carros velhos dos Estados Unidos estão lá, assim como as paisagens – parece que literalmente o último filme de Hollywood foi filmado naqueles lugares e os cenários ficaram lá.

A presença indígena é marcante e é comum ser atendido nos hotéis, bares, restaurants e postos de gasolina por legítimos índios. Passa-se por cidades muito bonitas e por outras que são caóticas como Albuquerque em New Mexico – há quem diga que é um verdadeiro buraco, e parece ser mesmo. Faltou tempo para ir visitar a Petrified Forest National Park, a Meteor Crater e o Grand Canyon. Uma pena.

Ao entrar no Texas uma desagrádavel surpresa – uma multa por estar algumas milhas acima do limite, e sem apelação. Duro mesmo foi entender o que dizia o policial texano, a partir daí acabou-se o sossego, pois era um olho no velocidade e outro na viaturas policiais todas devidamente escondidas e prontas para reprimir qualquer engraçadinho, e o que não faltava era engraçadinho com o pé pesado sendo autuados.

Em Saint Louis no Missouri uma das mais bonitas cidades do caminho. Um arco – Gateway Arch – um imenso monumento de aço e concreto com altura equivalente a um prédio de 65 andares, e que marca a entrada do Oeste americano.

De Saint Louis partiram muitas caravanas de pioneiros que desbravaram o Oeste, tal como vemos nos filmes de faroeste. O Gateway Arch – dá as boas vindas a quem chega e homenageia quem parte, principalmente quem vai rumo ao desconhecido. Significa também a junção do velho com o novo, do antigo e do moderno e do conhecido com o desconhecido.

São lindas fazendas e paisagens que parecem ter sidos desenhadas por um artista e colocadas na terra para ornamentar e embelezar. O outono deixa ainda mais bonito tudo com as folhas ora vermelhas, ora amarelas, mas o clima ainda não é ainda de outono.

Anda-se já pela 90 que vai até Massachusetts. Interessante é notar que o lendária rota 66 cruza e parece se interligar com este caminho o tempo todo. Para quem não sabe a rota 66 foi cenário de Easy Rider – Sem Destino, o famoso filme estrelado por Peter Fonda e Dennis Hoper, dois motoqueiros muito loucos e drogados, que desafiam todos os perigos da estrada em busca de uma partida de droga.

Tudo na região é voltado para a mística 66. Na entrada de Illinois uma placa indica que é possível ir a Milwaukee no Wisconsin – Land of the Harley-Davidson. Quem nunca pensou em ter uma?

Convive-se com a história o tempo todo e lamento não ter tempo para explorar cada um destes pontos, pois faria da viagem uma oportunidade mais inesquecível ainda. Enquanto isto na estrada gigantescos caminhões transportam o progresso o tempo todo. E o meu destino está cada vez mais próximo, embora faltem ainda muitas milhas.

Logo estamos em Ohio, e Cleveland me faz lembrar de que ali é o lugar onde mais se fazem cirúrgias cardíacas no mundo todo, espero que nunca precisemos ir lá um dia, a não ser, claro para passear e ir embora rapidinho. Vai que alguma válvula falhe…, é melhor não abusar.

Finalmente o último dia da viagem e chegamos à Pennsylvania e suas paragens cada vez mais belas e que inspiraram e inspiram muitos apaixonados. Vale a pena ir lá um dia, principalmente no outono. Entramos na região vinícola, que dizem ter os melhores vinhos do lugar, que termina em New York State, e seus pedágios caríssimos. Um horror. Aí estamos perto do Canada e o trânsito – embora estejamos a quase 500 milhas de New York City, é um horror.

Na hora que o cansaço bate uma parada estratética para esticar as pernas, reabastecer, comer e pegar a 90 de novo.

A conclusão é a de que os Estados Unidos é lindo. Lindo mesmo. Agora só me falta ir ao estado de Washington e descer de carro rumo ao Idaho, Montana, Utah, Colorado, Wyoming e desta vez ir na Petrified Forest. Mas isto é assunto para outra viagem, que desta eu quero descansar por um bom tempo.

Já ia esquecendo do Navajo Talkers. Na Segunda Guerra, um estrategista militar dos Estados Unidos sugeriu uma brigada de comunicadores indígenas que falariam no seu idioma e com isto enganar os inimigos que interceptavam as comunicações. Bem, se você quiser saber mais assista o filme que é uma lição de coragem e destemor. Logo que dê uma folga eu vou assistir de novo, principalmente depois que estive em Gallup no New Mexico, onde moram alguns dos remanescentes do pelotão, que é o maior orgulho do lugar.

Todos os direitos reservados ao autor – outubro/2005.

Jehozadak Pereira

Ganhei um ingresso e fui assistir o jogo Red Sox 6 x 3 Kansas City. Para variar o Fenway Park estava lotado. Sobretudo é um programa familiar e tem gente que vai e leva até a sogra, na esperança de que uma bola mal rebatida qualquer encaçape na boca da velha.

A torcida é um espetáculo a parte e tem cada tipo que circula por lá que é difícil acreditar que sejam reais mesmo. No resto é a velha e costumeira organização. Lugares marcados, banheiros limpos, ordem para entrar, ordem para sair, e no intervalo destas duas coisas o povo come e bebe para valer. Reclamação? Só os preços que são salgadíssimos.

Faltou falar da polícia sempre alerta para tudo que acontece, mas nem precisava falar, pois querendo ou não eles estão sempre por lá mesmo…

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Jehozadak Pereira

Sim, o Sox é campeão americano de beisebol, embora eles considerem que seja world champion por causa conveniência das milionárias ligas. A campanha do Sox no play off foi fantástica, a World Series 2007 acabou agora há pouco com a vitória sobre o Colorado Rockies por 4×3, fazendo 4×0 na melhor de sete.

Foi um banho que o Sox deu no Colorado, ganhando o primeiro jogo por 13×1; o segundo por 2×1; o terceiro por 10×5 e o quarto que mostrei acima. Muito fácil levando em conta que o Rockies havia ganhado 21 das 22 partidas que disputou antes do play off.

O título foi merecido e repete o de 2004, cuja taça eu mostrei no post Red Sox Nation. Lá fora na noite fria, os fogos explodem, e tem gente que não vai trabalhar amanhã para recepcionar o time. Na última vez tinha mais de 1 milhão de pessoas nas ruas. Uma loucura.


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