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Jehozadak Pereira

Todos estes textos têm, contém ou falam sobre o aborto e foram escritos ao longo dos anos. São entre outros textos, alguns dos mais lidos do blog em todos os tempos.

Aborto nos EUA. legal, mas moral?

Aborto

Filhos, por que tê-los

Entrevistas: Jaime Kemp

Jehozadak Pereira

Escrevi estes artigos e textos sobre criação e educação de filhos. Claro e óbvio que é um ponto de vista pessoal, mas tem ajudado muitas pessoas ao longo dos anos. Espero que gostem. Para ler os textos clique nos respectivos títulos e novas janelas vão abrir com o texto

Filhos. Por que tê-los?

Criando filhos da maneira certa

Pais ocupados

Pais folgados, filhos estressados

Adolescentes em crise

Filhos violentos

911 – Os filhos da América

Filhos. Amigos ou inimigos?

Violência e abuso contra crianças

Pais reféns – parte 1

Pais reféns – parte 2

Jehozadak Pereira

–       Cala a boca que eu te quebro a cara!

Com o dedo apontado para a cara da mãe, foi que Marcelo, 28 anos, 1,82 metros e físico talhado com muitas horas semanais na academia, gritou com Maria, sua mãe. A reação de Maria, 1,65 metros, 52 anos e físico franzino, foi dar um safanão no dedo de Marcelo, que causou uma grave luxação. A seguir ela deu um soco no olho, outro no nariz e para finalizar deu um chute nas partes genitais de Marcelo. Com a gritaria de Marcelo, Carlos, o irmão mais velho, tirou de cima dele Maria que tinha nas mãos uma cadeira para continuar batendo em Marcelo.

Com o dedo fraturado; o olho inchado e o nariz quebrado; Marcelo jamais poderia esperar uma reação tão violenta e desmedida por parte de Maria, mesmo porque tem o dobro da força física da mulher. Levado ao hospital, o médico perguntou de quantos homens Marcelo havia apanhado. Surpreendeu-se ao saber que havia sido uma mulher franzina que fizera aquele estrago todo na mão e no rosto de Marcelo.

Maria e Marcelo são mãe e filho. A história é real e os nomes foram omitidos para a preservação da privacidade.

Nem sempre é assim, e casos como o de Maria e Marcelo não fazem parte das estatísticas oficiais de violência doméstica, que geralmente tabula e computa agressões e violência entre cônjuges e pais contra filhos. Uma quantidade enorme de pais apanha de seus filhos ao menor pretexto ou motivo.

Com medo de que a violência possa aumentar se os denunciarem, pais se calam e continuam apanhando e sendo agredidos impunemente. Afora a vergonha de ter de admitir para vizinhos, parentes e amigos que são agredidos fisicamente. O que leva um filho a se tornar agressor dos seus pais? Os motivos podem ser fúteis ou banais, e após a primeira vez que baterem, se não forem coibidos, baterão sempre e cada vez mais.

No caso de Marcelo, que sempre teve um relacionamento cordial com sua mãe, foi a recusa dela em pagar-lhe uma nova faculdade. Prodígio com números; Marcelo começou o estudar Matemática, parando no segundo ano, quando iniciou Biologia, que também abandonou no começo do quarto ano. Agora queria iniciar o curso de Economia, e diante da recusa da mãe em financiar-lhe a nova empreitada partiu para cima dela e se deu mal.

Longe de ser relapso ou um mau filho, sempre trabalhou para ajudar a mãe e o irmão, depois que o pai os abandonou atraído pelos encantos de uma mulher quinze anos mais nova que a mãe. Meses antes da discussão, Maria recebera uma grande soma em dinheiro proveniente de uma herança familiar e menos pelo dinheiro e sim pela indecisão de Marcelo, é que se recusava a financiar uma nova aventura escolar do filho.

Depois de muito discutirem e se estressarem mutuamente, Marcelo partiu para a agressão e teve o troco à altura.

Mas nem sempre é assim.

Tempos atrás escrevi o artigo Os caminhos da juventude, onde relato algumas práticas dos nossos jovens. Um dos assuntos abordados foi o RPG. Como sempre, cada vez que contrario alguém, recebi um caminhão de mensagens desaforadas e que revelam bem a quantas andam determinadas vidas. No entanto, um e-mail chamou a minha atenção porque a mãe que me escreveu vive um drama dentro de casa. Com a autorização dela publico o e-mail, sem contudo identificá-la por motivos óbvios.

“From:

Subject: Meu drama

Date: November 10, 2005 8:44:23 PM EST

To: contato@jehozadakpereira.com

Reply-To:

Nome: Antonia B.

E-mail:

Assunto: Desabafo

Telefone:

Mensagem: Jehozadak, meu nome é Antonia e moro numa capital do sul do país, e vivo um drama dentro de casa. Primeiro quero dizer que li sua matéria sobre o rpg, pois o Fabrício, meu filho de 18 anos estava lendo no computador e falava no telefone muito bravo contra voce. Ao ler o seu artigo pude me identificar com uma situação que vivencio dentro da minha casa há pelo menos 5 anos. O Fabrício, começou a jogar rpg aos 13 anos e desde então eu venho perdendo ele a cada dia. Meu marido é diretor de uma multinacional e não nos falta nada, e eu sou professora universitária. Desde que o Fabrício resolveu trocar as companhias do colégio por outras de outra turma ele ficou cada vez mais agressivo e outro dia chegou a me agredir fisicamente, depois de me xingar durante todos estes anos. O pai não pode com ele e também ele agride-o por causa do jogo e por causa de música que ele ouve numa altura incrível.

Desde que ele nos xinga, já estamos acostumados, mas no dia que ele agrediu o pai por causa dos amigos dele que jogam rpg, ele disse pro pai dele que se precisar matar e morrer por este jogo ele mata e morre. Minha cunhada é psicologa, e nos orientou a buscar ajuda de um terapeuta.

Quando falamos que iamos levá-lo numa terapeuta, ele ficou furioso e disse que não estava louco, e me agrediu com um fúria que jamais poderia imaginar. No hospital, eu disse que havia sido assaltada, pois me faltou coragem para dizer que tinha sido o meu próprio filho que tinha me agredido.

Quando meu irmão viu a situação que eu fiquei, reagiu contra ele, e disse que se ele me batesse de novo, ele iria conversar seriamente com o Fabrício. Só que ele reagiu contra o tio e disse que eu estava tentando afastá-lo do rpg, e que ele não iria tolerar isto, pois o jogo é a coisa mais importante da vida dele.

Sabe, Jehozadak, quando eu li sobre aqueles jovens que não tomam banho e tem hábitos pouco higiênicos, eu lembrei do Fabrício e dei risada, pois parece que você está falando do meu filho.

Criamos os nossos filhos com fortes valores morais, e mesmo não tendo religião, buscamos dar a eles noções de que existe algo superior, e que tão logo eles pudessem decidir pelo que quisessem seguir que o fizessem. Nossa filha mais velha se casou com um rabino e mora em Israel, e os outros não se decidiram no que querem crer.

A opção do Fabrício pelo misticismo não nos incomoda, o que incomoda é o modo com que ele nos trata, o seu fanatismo, e o profundo envolvimento dele com este jogo maldito que esta consumindo a vida dele.

Sinto-me profundamente abalada e humilhada por tudo isto que nos cerca, e tenho a certeza de que um dia terei meu filho de volta, pois hoje a cabeça, e vida e os ideiais dele estão totalmente voltados para demônios, violência, bruxos, feiticeitos, mestres, vampiros e sinceramente tenho medo de que um dia receba alguma noticia ruim envolvendo o Fabrício”.

Recebo às dezenas e-mails como o de Antonia B., falando que seus filhos são agressores contumazes, e que não sabem o que fazer. É complicado aconselhar alguns casos, pois sempre há um agravante na história toda que nunca é revelado. Anos atrás conheci uma mãe que apanhava da filha que na época tinha 14 anos. A mulher já havia se acostumado a apanhar e não reclamar, até o dia que apanhou da caçula que tinha 10 anos. Ela era espancada por motivos fúteis e filhas não estavam nem aí para ela. Uma vez ela levou um chute da filha mais velha no rosto que quebrou o seu maxilar. No hospital os médicos queriam saber o que havia acontecido, e ela não pode esconder a verdade.

O caso foi entregue a uma assistente social e as meninas passaram por uma longa terapia, até que se corrigissem definitivamente. Conversando comigo ela dizia que tardiamente havia descoberto os motivos das surras que levava das suas filhas – ela sentia que havia criado as filhas com desdém e pouco se importava com o bem estar delas.

Mas isto não justifica de modo algum as agressões fisícas e emocionais. Fatos como estes eram raros décadas passadas, mas o dito progresso, a frouxidão com que alguns pais criam seus filhos tornam algumas convivências insuportáveis.

Há ainda a negligência com que alguns filhos são criados, ou aqueles que maltrataram seus pais e agora são maltratados pelos seus filhos.

Alguns até com brutalidade chocante. Lembro de uma história que meus filhos contavam de um colega de classe que batia na mãe diariamente sem qualquer motivo, uma vez que a mãe não podia reagir às agressões.

Como agir em caso de agressão? Exponha o agressor diante das suas amizades, pois muitas vezes eles têm um comportamento diferente nos seus locais de convívio. Foi o que eu recomendei para uma mãe que que escreveu anos atrás. O filho batia nela e na irmã por qualquer motivo. Um dia numa festa ela foi agradada por ele diante de todos e algumas pessoas elogiaram o comportamento dele. Quando ela me perguntou o que fazer eu disse que ela deveria na próxima vez expô-lo publicamente. E foi exatamente o que ela fez.

Na festa de noivado dele, novamente ela foi agradada, e não perdeu a oportunidade. Diante de todos expôs o filho agressor, e contou o seu tormento durante os anos todos. Disse para a futura nora que o que a esperava eram agressões e maus tratos. Um choque para todas as pessoas. Não é preciso dizer que não houve noivado algum, e o filho ficou perplexo com a atitude da sua mãe.

Constrangido ele buscou ajuda e jamais tornou a agredir a mãe e a irmã. Três anos depois no dia do seu casamento, ele discursou e emocionou a todos ao dizer que amava ainda mais a sua mãe e que a atitude de coragem dela diante de todos salvara a vida dele, e que nunca mais ele agiria daquele modo insano e inconsequente.

E foi o que eu recomendei a Antonia B. Que ela e o marido reagissem contra o filho. E foi o que eles fizeram. Quando Fabrício começou a xingá-los, eles botaram ele para correr, quando ele partiu para cima deles. Um spray de pimenta e uma máquina de dar choques intimidaram o covarde. Não satisfeitos eles colocaram fogo no computador, nos livros, nos jogos, nas roupas, tênis e sapatos, além de chamar os parentes para denunciar o agressor, e telefonaram para os pais dos amigos do filho. Além de não deixá-lo entrar em casa por uma semana.

Desamparado pelos amigos jogadores de rpg, humilhado diante de todos e sem possibilidade de agir de outro modo, restou ao ex-valentão pedir perdão ao pai e mãe, e se consertar. O e-mail de Antonia B., é daquele para se guardar a vida toda, e Fabrício certamente aprendeu uma lição da qual jamais vai esquecer. Ela diz ainda que falou para o filho que jamais vai apanhar dele novamente, e que se ele ousar fazer isto ela vai jogar água fervendo na cara dele. É sem dúvida um bom modo de convencimento, e que certamente vai tirar qualquer ímpeto de fúria de Fabrício.

Eu não imaginava que ela fosse tão longe.

Copyright©2005 – todos os direitos reservados ao autor  – dezembro/2005

Jehozadak Pereira

O escritor e jornalista Mário Prata, conta no seu livro Meus homens, minhas mulheres, a história de um casal que se divorciou por causa de um singelo rolo de papel higiênico. Explicando – o marido queria que o papel desenrolasse por baixo, e a mulher por cima. Foram anos mudando o sentido do rolo de papel higiênico. Ele colocava de um jeito e ela de outro. Até que o casamento acabou.

São às vezes pequenas diferenças que fazem com que relacionamentos que deveriam durar uma vida toda se esfacelem em pouco tempo. A estas diferenças se juntam a incompatibilidade de gênios, infidelidade, imaturidade e despreparo, violência, individualismo, ciúmes, opções erradas, falta de diálogo, e até falta de amor.

Muitos casamentos acabam por absoluta falta de amor – muitas vezes se casa por motivos interesseiros e pensa-se estar apaixonado, paixão que acaba quando surgem os primeiros problemas.

No entanto, a grande maioria dos casamentos começa a fracassar num único e importante item – a falta de amizade entre marido e mulher. Muitos ao se casarem o fazem com estranhos, com quem não tem a menor intimidade ou afinidade, e juntos vão tentar partilhar sonhos e ideais. Muitas vezes à vontade de acertar é insuficiente e logo o único caminho é o da separação. Por que a amizade é primordial em qualquer relacionamento? Às vezes não toleramos nada de ninguém, mas de um amigo toleramos e somos tolerados, o que não acontece num casamento. Uma toalha ou sapato deixados fora do lugar pelo marido é motivo de explosão de ira, ou um atraso da mulher no supermercado é o suficiente para desencadear as piores reações.

Descobre-se tardiamente que não há nenhuma comunhão de pensamentos e idéias com quem se casa, e muitas vezes o casamento só acontece por causa da atração sexual que com o tempo acaba e cai-se na perigosa rotina da mesmice.

Logo, o que deveria ser uma convivência pacifica, vai emperrando com o passar do tempo, tornando a convivência difícil e complicada. A estes fatores juntam-se a violência doméstica, o desprezo, a irascibilidade social, a introversão e igualmente a interferência de familiares, como os sogros e cunhados na relação, onde a simples colocação de um rolo de papel higiênico é motivo para desavenças e desunião.

A vida afetiva se desgasta com discussões, as brigas se tornam constantes e a vida fica insuportável. O casal já não se fala mais a não ser o necessário e não há respeito, cumplicidade, amizade. É preciso fazer uma análise e ver o que ainda há em comum, além de morar sob o mesmo teto.

Muitas vezes ambos concluem que nada mais de sadio os une e que não é mais possível melhorar a vida em comum, pois passam o tempo todo brigando ou sonhando com o afastamento, a separação, passa a ser uma opção – talvez a única.

Neste ponto muitas vezes marido e mulher tentam o diálogo que faltou ao longo do relacionamento, buscando muitas vezes algum vislumbre de esperança. Contudo, o que acontece é a evidência de que um abismo separa um do outro, e para muitos é a certeza de que a separação é inevitável. No Brasil, um em cada quatro casamentos é desfeito. Nos Estados Unidos este número é maior – onde para cada dois casamentos, há um divórcio, e após o divórcio os cônjuges tornam-se inimigos mortais, ou deixam de ser ver.

Separar-se de forma saudável, sem que um culpe o outro, manipulações ou preconceitos, não é fácil. A separação é sempre uma experiência desgastante em todos os aspectos.

Com o desgaste natural de um casamento, o desejo de separar-se quase nunca acontece de repente. Para muitos vai ficando claro com o passar dos anos, quando se percebe que não é mais importante para a vida do outro cônjuge.

Neste ponto já não há o desejo de estar juntos, já não mais sonhos em comum e muito menos à vontade de satisfazer os anseios mútuos. Às vezes pode até ser que uma das partes finja ou não perceba, que a outra parte vai dando sinais de desgaste, pois ninguém deixa de amar de uma hora para outra – a decisão da separação pode parecer súbita, porém o desejo já estava latente há muito tempo. O que um consegue ver no outro é só defeitos e mais defeitos.

Muitos homens e mulheres vão se surpreender que a atitude de separação não lhes provoca sofrimento ou constrangimento algum, ao contrário, a sensação de alívio é maior do que se pensa. E em contrapartida, á aqueles que não aceitam a separação de modo algum e sofrem como nunca. Outros se sentem culpados e rejeitados, fazendo com que a perda torne-se dolorosa, pois além de perder fisicamente o outro, perdem muitas vezes o referencial – pode parecer e é paradoxo, ter como referência alguém com quem não se vive harmoniosamente.

Para muitos casais, o casamento é uma prisão da qual eles querem se livrar o mais rápido possível, e para quem um simples problema que poderia ser resolvido no início com uma conversa, torna-se um pesadelo ao longo dos anos.

Invariavelmente uma má relação traz reflexos negativos sobre os filhos. Homens beberrões, espancadores e irresponsáveis que tratam suas mulheres e filhos com violência, e via de regra as marcas psicológicas permanecerão vida afora. Por outro lado, mulheres instáveis trazem sobre suas famílias as mesmas marcas nocivas.

Só quem vive um drama pode dizer a respeito dele, mas, quem sofre invariavelmente com a separação dos pais são os filhos. A sociedade de uns tempos para cá tem sido intolerante e o reflexo é que cada vez mais casais se separam sem ao menos tentar viver uma vida de harmonia e paz.

O refazer a vida é sempre difícil e espinhoso, principalmente quando os cônjuges têm filhos de relacionamentos anteriores, e muitos têm as suas expectativas frustradas na nova tentativa, vivenciando os mesmo problemas anteriores.

O diálogo sempre foi e sempre será a melhor saída para crises – inclusive conjugais.

Todos os direitos reservados ao autor. Copyrigth Jehozadak Pereira

 

Jehozadak Pereira

O escritor e jornalista Mário Prata, conta no seu livro Meus homens, minhas mulheres, a história de um casal que se divorciou por causa de um singelo rolo de papel higiênico. Explicando – o marido queria que o papel desenrolasse por baixo, e a mulher por cima. Foram anos mudando o sentido do rolo de papel higiênico. Ele colocava de um jeito e ela de outro. Até que o casamento acabou.

São às vezes pequenas diferenças que fazem com que relacionamentos que deveriam durar uma vida toda se esfacelem em pouco tempo. A estas diferenças se juntam a incompatibilidade de gênios, infidelidade, imaturidade e despreparo, violência, individualismo, ciúmes, opções erradas, falta de diálogo, e até falta de amor.

Muitos casamentos acabam por absoluta falta de amor – muitas vezes se casa por motivos interesseiros e pensa-se estar apaixonado, paixão que acaba quando surgem os primeiros problemas.

No entanto, a grande maioria dos casamentos começa a fracassar num único e importante item – a falta de amizade entre marido e mulher. Muitos ao se casarem o fazem com estranhos, com quem não tem a menor intimidade ou afinidade, e juntos vão tentar partilhar sonhos e ideais. Muitas vezes à vontade de acertar é insuficiente e logo o único caminho é o da separação. Por que a amizade é primordial em qualquer relacionamento? Às vezes não toleramos nada de ninguém, mas de um amigo toleramos e somos tolerados, o que não acontece num casamento. Uma toalha ou sapato deixados fora do lugar pelo marido é motivo de explosão de ira, ou um atraso da mulher no supermercado é o suficiente para desencadear as piores reações.

Descobre-se tardiamente que não há nenhuma comunhão de pensamentos e idéias com quem se casa, e muitas vezes o casamento só acontece por causa da atração sexual que com o tempo acaba e cai-se na perigosa rotina da mesmice.

Logo, o que deveria ser uma convivência pacifica, vai emperrando com o passar do tempo, tornando a convivência difícil e complicada. A estes fatores juntam-se a violência doméstica, o desprezo, a irascibilidade social, a introversão e igualmente a interferência de familiares, como os sogros e cunhados na relação, onde a simples colocação de um rolo de papel higiênico é motivo para desavenças e desunião.

A vida afetiva se desgasta com discussões, as brigas se tornam constantes e a vida fica insuportável. O casal já não se fala mais a não ser o necessário e não há respeito, cumplicidade, amizade. É preciso fazer uma análise e ver o que ainda há em comum, além de morar sob o mesmo teto.

Muitas vezes ambos concluem que nada mais de sadio os une e que não é mais possível melhorar a vida em comum, pois passam o tempo todo brigando ou sonhando com o afastamento, a separação, passa a ser uma opção – talvez a única.

Neste ponto muitas vezes marido e mulher tentam o diálogo que faltou ao longo do relacionamento, buscando muitas vezes algum vislumbre de esperança. Contudo, o que acontece é a evidência de que um abismo separa um do outro, e para muitos é a certeza de que a separação é inevitável. No Brasil, um em cada quatro casamentos é desfeito. Nos Estados Unidos este número é maior – onde para cada dois casamentos, há um divórcio, e após o divórcio os cônjuges tornam-se inimigos mortais, ou deixam de ser ver.

Separar-se de forma saudável, sem que um culpe o outro, manipulações ou preconceitos, não é fácil. A separação é sempre uma experiência desgastante em todos os aspectos.

Com o desgaste natural de um casamento, o desejo de separar-se quase nunca acontece de repente. Para muitos vai ficando claro com o passar dos anos, quando se percebe que não é mais importante para a vida do outro cônjuge.

Neste ponto já não há o desejo de estar juntos, já não mais sonhos em comum e muito menos à vontade de satisfazer os anseios mútuos. Às vezes pode até ser que uma das partes finja ou não perceba, que a outra parte vai dando sinais de desgaste, pois ninguém deixa de amar de uma hora para outra – a decisão da separação pode parecer súbita, porém o desejo já estava latente há muito tempo. O que um consegue ver no outro é só defeitos e mais defeitos.

Muitos homens e mulheres vão se surpreender que a atitude de separação não lhes provoca sofrimento ou constrangimento algum, ao contrário, a sensação de alívio é maior do que se pensa. E em contrapartida, á aqueles que não aceitam a separação de modo algum e sofrem como nunca. Outros se sentem culpados e rejeitados, fazendo com que a perda torne-se dolorosa, pois além de perder fisicamente o outro, perdem muitas vezes o referencial – pode parecer e é paradoxo, ter como referência alguém com quem não se vive harmoniosamente.

Para muitos casais, o casamento é uma prisão da qual eles querem se livrar o mais rápido possível, e para quem um simples problema que poderia ser resolvido no início com uma conversa, torna-se um pesadelo ao longo dos anos.

Invariavelmente uma má relação traz reflexos negativos sobre os filhos. Homens beberrões, espancadores e irresponsáveis que tratam suas mulheres e filhos com violência, e via de regra as marcas psicológicas permanecerão vida afora. Por outro lado, mulheres instáveis trazem sobre suas famílias as mesmas marcas nocivas.

Só quem vive um drama pode dizer a respeito dele, mas, quem sofre invariavelmente com a separação dos pais são os filhos. A sociedade de uns tempos para cá tem sido intolerante e o reflexo é que cada vez mais casais se separam sem ao menos tentar viver uma vida de harmonia e paz.

O refazer a vida é sempre difícil e espinhoso, principalmente quando os cônjuges têm filhos de relacionamentos anteriores, e muitos têm as suas expectativas frustradas na nova tentativa, vivenciando os mesmo problemas anteriores.

O diálogo sempre foi e sempre será a melhor saída para crises – inclusive conjugais.

Todos os direitos reservados ao autor. Copyrigth Jehozadak Pereira

Jehozadak Pereira

Não bata. Discipline.

Não acostume a criança com gritos. Fale com voz audível.

Mostre para a criança quem manda de fato. Você.

Não corrija a criança com beliscões, puxões de orelha ou safanões.

Não bata na cara da criança, isto faz com que ela se sinta humilhada.

Se a criança errou, tire privilégios dela.

Nunca corrija a criança fisicamente, na hora da raiva. Você pode se exceder.

Não aceite interferências na educação dos seus filhos.

Se prometeu castigar a criança, faça.

Converse bastante com seu filho.

Ambos vão ganhar com isto.

Seja o melhor amigo ou amiga do seu filho

Ame seus filhos. Você só tem a ganhar com isto.

A negligência é o pior crime que uma criança pode sofrer.

Todos os direitos reservados ao autor

Jehozadak Pereira

Tempos atrás eu recebi um e-mail de uma mãe desesperada. Ela pedia conselhos de como tratar a sua filha adolescente – rebelde, segundo ela – que certo dia ameaçou pular da sacada do prédio onde elas moravam.

Respondi-lhe, dizendo que queria saber o histórico de vida das duas, relacionamento de mãe e filha, etc. A resposta veio rapidamente. A mulher era separada do marido, havia se convertido há pouco mais de três anos, e queria por força que a filha também se convertesse. Com a menina se recusasse, a mulher não a deixava sair com freqüência – ou ia para a igreja ou ficava em casa.

A mulher era conselheira e orientadora de um grupo de jovens na igreja três vezes por semana, inclusive aos sábados à tarde, e ela deixava a filha trancada dentro de casa para orientar jovens em crise.

Um dia chamaram-na ao telefone e ela quase desmaiou de susto – a sua filha estava sentada na varanda pronta para pular no vazio. Correria, gritos e desespero, e finalmente depois de algumas horas a menina voltou para dentro do apartamento, e ela lendo um dos artigos que eu havia escrito pedia orientação de como proceder com a educação de filhos, resolveu escrever-me pedindo ajuda. Aconselhei-a que deixasse o grupo de jovens e se dedicasse somente a sua filha, desse atenção diuturnamente, que se tornasse amiga da sua filha e que não a forçasse a se converter, que orasse e mostrasse o quanto sua filha era importante para ela.

Meses depois recebi um outro e-mail, dizendo que a menina havia se batizado, e que ambas trabalhavam juntas aconselhando outros jovens a encontrar a paz e a amizade com seus familiares.

Pensem que uma multidão de crianças, jovens e adolescentes como a menina, “gritam” pedindo por atenção e carinho, para ser ouvidos e atendidos nas suas necessidades emocionais básicas. Por outro lado, há pais que são relapsos e omissos, que não dão atenção devida aos seus filhos. Certa vez eu ouvi uma história interessante de um pastor. Ele foi visitar uma família da sua igreja, e lá chegando o pai todo orgulhoso exibia o novo brinquedo que ele havia comprado para o pequeno filho. Só que o menino estava mais interessado na caixa do que no brinquedo propriamente dito.

O pai dispusera de uma pequena fortuna para comprar aquele brinquedo, e o garoto gostava mais da caixa. É um engano pensar que carinho, atenção, educação, disciplina, companheirismo, amizade pode ser suprida com presentes.

Um determinado pai, diretor executivo de uma multinacional estrangeira no Brasil, estava indo para uma reunião com seus subordinados, e recebeu o recado de que seu filho havia ligado e precisava falar com urgência. Como estava atrasado para a reunião, decidiu não retornar a ligação. Mais tarde descobriu que o filho havia caído da bicicleta e se ferido gravemente, precisando da ajuda de vizinhos para ir ao hospital.

Chocado, o pai viu o tamanho do erro cometido – havia negligenciado auxílio ao filho, em detrimento dos seus negócios. Como este são muitos os pais que negligenciam seus filhos, tornando-os assuntos secundários, quando deveriam ser prioridade nas suas vidas.

Tenho a certeza de que com você isto não acontece. Não é mesmo?

Todos os direitos reservados ao autor – fevereiro/2004

Jehozadak Pereira

“Quero trazer à memória o que pode me dar esperança

de Jeremias, as Lamentações 3.21

Você certamente já deve ter-se sentido como aquele homem que desalentado, viu sua vida mergulhar numa longa e infindável noite. Noite longa, escura e obscura. Noite de enfado e canseira, noite cujas horas demoravam passar.

Ao se deitar naquela noite os seus cabelos eram pretos, quase negros, e ao acordar na manhã seguinte eles estavam brancos. Talvez fossem as lágrimas, derramadas na noite tempestuosa.

O mundo ruíra.

As manhãs por mais claras e belas que fossem eram sempre encaradas com o cenho franzido e exausto, enfadado e enfastiado.

Eram cinzentas, extremamente cinzentas.

Tudo parecia tão distante e inacessível. Por vezes pensava que Deus havia esquecido dele, porém Deus não havia esquecido dele e de nenhum dos seus filhos. É que o homem, na sua angústia e dor, não havia notado a presença de Deus nos detalhes, nas coisas que o circundavam. Até das flores muito apreciadas ele já não conseguia sequer lembrar dos aromáticos perfumes delas. Tudo era por demais sombrio e tristonho.

Mas Deus estava ali.

Um dia o homem começou a se perguntar o porque de tudo aquilo. Não encontrou respostas. Novamente perguntou e insistiu na pergunta. Novamente ficou sem respostas.

Então ele se deu conta de que as respostas para a sua dor estavam ali diante dele, no dia radiante, esfuziante e esplêndido. Como ele não se dera conta antes? Quanto tempo ele havia perdido.

Então ele arriscou tudo numa única e definitiva frase.

Bom dia, Esperança!

A sua mente desanuviara-se por completo e num momento, precisamente no instante seguinte ele pode notar e sentir de que a Esperança jamais o abandonara. A Esperança havia estado ao lado dele o tempo todo, mas na sua lenta e sofrida agonia ele não pode vê-la em instante algum.

De todos os meios e formas ele traria à memória tudo aquilo que lhe pudesse lembrar a Esperança. E tudo a sua frente parecia lhe mostrar a Esperança.

Bendita Esperança.

Onipresente Esperança.

Todos os direitos reservados ao jehozadakpereira.com – agosto 1997  

Jehozadak Pereira

A América é a terra e pátria dos ditos direitos humanos, tudo é permitido em nome das liberdades civis, desde declarar abertamente a opção sexual, que eles fazem questão absoluta de que isto fique patente e evidente, sendo possível ver nos carros adesivos com o arco-íris estilizado em vidros e pára-choques, sem contar os lugares onde a freqüência é de homossexuais – masculinos ou femininos – igualmente identificados pela bandeira multicolorida. Tempos atrás em passeatas, os homossexuais saíram com seus respectivos pares, para a indiferença da população americana.

Por vezes é possível encontrar pelas ruas, portas de escolas, metrô e ônibus com criaturas andróginas no modo de falar, de vestir, alguns com tantos piercings, brincos e alfinetes que as feições ficam disformes. E os cabelos? Pink, blue, green, entre outras tantas matizes. As idades? É possível identificar entre tantos alguns com onze, doze anos. E como fumam e bebem álcool! Diga-se que em muitos estados americanos tanto o fumo como a bebida alcoólica é proibida. Mas nunca os jovens e adolescentes americanos beberam e fumaram tanto como neste dias. Uma das filhas de George W. Bush, o presidente americano, foi multada pela polícia do Estado do Texas, por tentar comprar bebida alcoólica usando a identidade de uma amiga.

Em muitas escolas, é possível ver carros destruídos com os respectivos nomes dos adolescentes mortos em acidentes por causa da ingestão de álcool.

Outro dia, na cidade em que moro, um fato me chamou a atenção. Um garoto, talvez com catorze, quinze anos, estava fortemente escoltado por policiais armados, que conduziam o menino algemado nas mãos e pés, com as correntes passando pela cintura. Fiquei pensando qual foi o crime que aquele garoto cometeu? Conversando com algumas pessoas, inclusive americanos, fui informado que para que o garoto estivesse algemado daquele modo, o crime cometido foi muito grave, provavelmente assassinato ou tentativa, e se ele estava acorrentado daquele jeito, é porque o seu comportamento é agressivo e violento, além de perigoso. Certamente o menino ainda imberbe, se tiver cometido algo escabroso vai pagar a sua dívida com a sociedade até o último dia da sua pena.

É a lei.

A cada dia na América, mais jovens e adolescentes se envolvem em delitos, que vão desde dirigir sem a driver license – a carteira de motorista, tráfico de droga, porte ilegal de armas, violência – inclusive sexual, roubo, e assassinato entre outros tantos crimes. As estatísticas apontam que a cada ano a quantidade de crimes e contravenções praticadas por jovens e adolescentes é maior em relação ao no anterior.

Nas escolas as crianças são ensinadas a denunciar as autoridades eventuais maus tratos praticados por pais, mães, irmãos, parentes. Qualquer correção que deixe marcas é denunciada incontinenti. Tempos atrás eu conversava com um pastor de uma grande igreja, que me contou um caso muito interessante ocorrido com ele e sua filha. A menina, na época com doze/treze anos fez lá uma peraltice qualquer e o pai disse que ia corrigi-la. Qual não foi a sua surpresa ao ouvir da garota, que se ele atrevesse a toca-la ela ia ligar para o 911, para denunciá-lo às autoridades policiais. Não é preciso dizer que a reação do pai, foi à altura da insolência da menina, e ela foi devidamente corrigida e disciplinada. Onde ela aprendeu que devia denunciar a correção como violência doméstica?

Na escola.

Conheci um pai, que ao se separar da esposa, precisou corrigir fisicamente o filho de onze anos. No dia seguinte o menino comunicou a assistente social da escola que comunicou o fato ao departamento de polícia, que levou o pai à corte, e como conseqüência disto ele recebeu uma probation – restrição imposta pelo juiz, que no caso dele tinha de ficar por seis meses afastado do filho, não podia aproximar-se do menino por uma distância não inferior a 500 metros, e sequer podia telefonar ao filho. Onde ele aprendeu que tinha de denunciar o pai?

Na escola.

A grande e crucial questão é que os Estados Unidos, tem negligenciado a educação e correção dos seus filhos, e o que vemos são cenas chocantes, como a de Nathaniel Brazill, o adolescente de 14 anos que em 2000 assassinou seu professor de inglês com um tiro no rosto, na Flórida, e foi condenado a 28 anos de prisão. Quando deixar a prisão, aos 42 anos, Brazill – ainda terá de passar dois anos em prisão domiciliar e mais cinco em liberdade condicional. Neste período, terá de fazer cursos de “reinserção na sociedade”.

Brazill foi julgado como adulto. Em maio, o adolescente, que tinha 13 anos quando cometeu o crime, foi declarado culpado por homicídio em segundo grau (não premeditado).

Se o crime fosse de primeiro grau – premeditado, ele seria condenado possivelmente à prisão perpétua, ou ainda a tragédia na Columbine School, onde dois ensandecidos adolescentes mataram também a tiros treze pessoas, e por fim colocaram fim nas suas vidas. Poderia citar dezenas de casos de adolescentes americanos que cometeram assassinatos por motivos fúteis, ou sem uma motivação aparente, se bem que nenhum crime de morte é justificável.

Ao deixar para as autoridades a tarefa de educar seus filhos, o que vemos é uma sociedade exasperada e sem a devida paciência com a delinqüência, que não hesita em corrigir aplicando a força fria da lei. Que os digam os reformatórios juvenis e as penitenciárias cada vez mais lotadas. Num dos estados do sul dos Estados Unidos, um pastor foi preso por cerca de dezoito vezes. O seu crime? Pregar no seu púlpito que filhos devem ser corrigidos por seus pais, que os pais devem utilizar os preceitos bíblicos na correção dos seus filhos. O velho pastor foi denunciado por incitação a violência e a cada vez que é recolhido a penitenciaria estadual, faz questão de afirmar aos juizes que o condenam que mais importa obedecer aos preceitos bíblicos, e na última vez narrou um episódio que emocionou a todos.

Ele narrou a vida  de um assassino confesso condenado à morte, que em lágrimas, contou a sua triste história. O jovem com pouco mais de vinte anos, afirmou que seus pais negligenciaram o princípio bíblico, e a cada ameaça de correção ele discava o 911, o resultado estava ali diante dele – um condenado à morte. Por isso o velho pastor insistia em pregar a palavra. 

Logicamente que há as exceções, existem pais que educam seus filhos de modo adequado e segundo os padrões bíblicos, mas parte considerável de gerações tem-se perdido por causa da severidade das leis de proteção aos jovens e adolescentes.

O quadro atual é o de uma geração que se assoma sem a devida atenção de pais e mães, que está à mercê das autoridades, que somente aplicarão o preceito legal. O resultado é que temos visto, atrevimento, insolência, falta de regras e de educação, ausência de preceitos hierárquicos, uma geração sem limites que não respeita absolutamente nada.

Esta é uma geração que tem sido criada sob os auspícios do famoso 911, que não hesita em punir quem corrige os seus filhos, a pretexto de os proteger. Mas é este mesmo 911 que será chamado para corrigir os delinqüentes de hoje que ontem protegeu. Uma sociedade permissiva e indulgente que já começa a se questionar sobre tanta liberalidade na educação dos seus filhos.

É o preço que a América tem pago. Um preço caro. Muito caro. Será que vale a pena?

Todos os direitos reservados ao autor – copyright©2001

Foi lançado na França o livro No Kids – Quarenta razões para não ter filhos, onde Corinne Maier chama de “aspiração idiota” o desejo de ter filhos. Um dos absurdos do livros – entre outros tantos, diz que se for para sustentar um parasita, que se opte por um gigôlo. No entranto, ter filhos é uma aspiração de muita gente pelo mundo afora.

Enquanto alguns casais buscam a maternidade, em outras partes do do mundo é possível ver a diminuição de nascimentos. Desde o fim do comunismo a população da Rússia vem diminuindo cerca de 700 mil pessoas por ano – perdeu cerca de 6 milhões de habitantes; a Itália enfrenta uma crise de natalidade que causa preocupação das autoridades e países como a Alemanha e França enfrentam os mesmos problemas.

Nestes países a medida que a população vai envelhecendo, não há nascimentos suficientes para o aumento da expectativa de vida e para o aumento cada vez maior da população de idosos. O Japão é outro país que vê a sua população diminuir a cada novo ano. As previsões são de que a população diminua em 43 milhões de pessoas até 2050 – hoje são cerca de 143 milhões.

Os reflexos disto são visíveis em muitos lugares. 28% da população americana – 300 milhões de pessoas, têm menos de 20 anos, contra 20% na França e na Alemanha e 19% na Itália e no Japão. Já no Brasil são 36% da população. As autoridades fazem previsões de que estes jovens – na faixa dos 20 anos – se tornem pais com a idade média de 27 anos, trazendo uma perspectiva sombria para os países desenvolvidos. Até a década de 70 a média de idade era de 22 anos. Na mesma década de 70 um casal tinha em média quatro filhos, hoje eles dois filhos – considerando os países desenvolvidos, o que contribui para perspectivas sombrias no futuro. Uma outra tendência é a de que cada vez mais pessoas, principalmente na Europa, opte por ter animais de estimação em vez de filhos, ou ainda tê-los mais tarde, depois dos 30, anos.

A queda dos índices demográficos são evidentes também na Espanha, que registrou nos últimos dez anos os menores indicadores da sua história. Aliás, a queda dos índices de natalidade é um fenômeno que tem implicações sérias na economia dos países desenvolvidos. Em contrapartida, nos países em desenvolvimento os índices de natalidade são altíssimos, o que faz com que os respectivos índices de mortalidade sejam também elevados. Já na China ter mais de um filho é ser penalizado pelo estado que controla a natalidade com mão de ferro, pois a preocupação é a explosão demográfica. Uma outra característica da China, é que os filhos são na maioria das vezes criados pelos avós, pois os pais invariavelmente trabalham fora. Na contramão, a Itália oferece vantagens, como o pagamento do parto e de oferecer ajuda para quem quiser ter mais de um filho.

A concepção é buscada por uns e rejeitada por outros. Sofia Loren, a belissíma atriz italiana certa vez disse que ser mãe é padecer no paraíso, para justificar o peso da maternidade, talvez, porque os filhos lhe davam trabalho ou pelos quilos extras advindos da gravidez. Mesmo assim, Sofia teve dois filhos.

Se por um lado a opção de não ter filhos é colocada em prática por muita gente, a maternidade tem sido uma busca constante por casais de todas as idades e lugares.

São meninos e meninas cada vez maiores – e com saúde, mais belos e mais inteligentes do que as crianças que nasciam há 20 anos.

Para as mães e pais, os filhos são a reafirmação dos sonhos e de ver neles realizado tudo aquilo que um dia sonharam para si mesmos. Mais importante ainda é saber que estes filhos de brasileiros nascidos na América terão a oportunidade que seus pais não tiveram, pois as portas não estarão fechadas para eles, como muitas vezes estão para os seus pais.

São pais, que não ligam para nenhum obstáculo, como a idade ou para qualquer outra adversidade – os milhares de pessoas que optam por ter filhos, mesmo sabendo que o mundo tem se tornado um lugar cada vez mais difícil de se viver a cada ano que passa.

Enquanto uns optam por ter filhos, outros desprezam o privilégio da maternidade e da paternidade, seja por evitá-los por métodos contraceptivos ou por optar irresponsavelmente pelo aborto.


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