Jehozadak Pereira.com

Posts Tagged ‘Estados Unidos


Jehozadak Pereira

Aquela cena corriqueira do comercial de cerveja na televisão que mostra um grupo de pessoas sorridentes em volta de uma garrafa, é a mais pura expressão da mentira. Mentira porque ninguém pode ser feliz bebendo. Mas ao colocar pessoas sorridentes e aparentemente felizes para ingerir álcool, quer se fazer pensar que é possível alcançar o que eles têm ali naquele instante. O pesquisador Gerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia, afirma que no decorrer de um dia normal qualquer – fora dos períodos eleitorais – uma pessoa ouve, vê e lê mais de duzentas mentiras, ou uma inverdade a cada cinco minutos. Read the rest of this entry »

Jehozadak Pereira

Foi com muito custo e insistência que Aparecida, uma brasileira que mora numa cidade localizada no South Shore – Região Sul de Massachusetts, falou sobre o problema que Gabriel, seu filho caçula enfrenta. Aparecida somente falou com o compromisso de anonimato e privacidade. No fim do ano passado, Aparecida notou uma mudança repentina no comportamento de Gabriel que não queria mais ir para a escola e se mostrava irritadiço e agressivo. Depois de muita conversa Aparecida e o marido americano descobriram o motivo. Gabriel que tal como suas irmãs nasceu nos Estados Unidos, está sendo perseguido e hostilizado por alguns dos seus companheiros de colégio por jogar futebol melhor do que todos os seus colegas e por causa disto ser muito popular. Read the rest of this entry »

Jehozadak Pereira

Nota: É sempre bom falar do reverendo Martin Luther King, um homem íntegro que estava à frente do seu tempo. Hoje, 21 de janeiro é dedicado a celebrar a sua memória e quando isto acontece gosto de postar este artigo abaixo que escrevi em 2004.

I have a dream

Martin Luther King Jr.

1 de dezembro de 1955, Montgomery, Alabama, Sul dos Estados Unidos. Rosa Parks dá sinal e embarca no ônibus que a levaria para casa depois de um dia exaustivo de trabalho. Como na parte de trás havia muita gente, Rosa sentou-se num dos bancos da frente do ônibus. Por causa disto o motorista pediu que ela se levantasse, embora ali houvesse muitos assentos vagos. Rosa recusou-se a levantar e o motorista chamou a polícia que a levou presa. Rosa Parks era mais uma das vítimas da lei de segregação racial que vigorava no Alabama.

Rosa era uma negra.

Por conta da prisão de Rosa houve em Montgomery um boicote à companhia de transportes que durou mais de um ano e que pôs fim à discriminação nos transportes públicos. A frente dos protestos estava Martin Luther King Júnior, que pregava a não-violência como forma de protesto e modo de alcançar o que se desejava.

Martin Luther King Junior, esteve além do seu tempo e foi um batalhador incansável pela causa da integração racial e dos direitos dos negros nos Estados Unidos e seu desejo era uma sociedade americana justa e livre de preconceitos raciais. Era o pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery, Alabama, onde iniciou a sua cruzada pelos direitos civis das minorias.

Em 1956 sua casa foi explodida por uma bomba e uma multidão de negros enfurecidos formou-se em frente à casa, querendo fazer justiça com as próprias mãos aos que injustamente os perseguiam. King, usando sempre da sua política de não-violência, pediu que depusessem as armas e voltassem para suas casas, dizendo o que seria o seu lema: “Devemos responder ao ódio com amor”.

Por conta do seu ativismo e da sua liderança, King foi preso mais de dez vezes, algumas por motivos fúteis como excesso de velocidade, mas na realidade tudo era mero pretexto para o pressionar e fazer calar a sua voz.

Além de ser aprisionado, King era ameaçado de morte em cada lugar que ia, e dizia que se tivesse de morrer pela causa dos direitos civis, morreria. Em 1963 na celebre Marcha sobre Washington proferiu o discurso Eu Tenho um Sonho que serviria de marco definitivo para que os negros americanos conseguissem os seus direitos que eram tolhidos por leis segregacionistas e racistas.

“EU TENHO UM SONHO”

Há cem anos passados, um grande americano, sob cuja simbólica sombra nos encontramos, assinava a Proclamação da Emancipação. Esse momentoso decreto foi como um raio de luz de esperança para milhões de escravos negros que tinham sido marcados a ferro nas chamas de vergonhosa injustiça. Veio como uma aurora feliz para terminar a longa noite do cativeiro. 

Mas, cem anos mais tarde, devemos enfrentar a realidade trágica de que o Negro ainda não é livre. Cem anos mais tarde, a vida do Negro é ainda lamentavelmente dilacerada pelas algemas da segregação e pelas correntes da discriminação. Cem anos mais tarde, o Negro continua vivendo numa ilha isolada de pobreza, em meio a um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o Negro ainda definha à margem da sociedade americana, encontrando-se no exílio em sua própria pátria. Assim, encontramo-nos aqui hoje para dramatizarmos tal consternadora condição.  

Em um sentido viemos à capital de nossa nação para descontar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as palavras majestosas da Constituição e da Declaração de independência, estavam assinando uma nota promissória da qual cada cidadão americano seria herdeiro. Essa nota foi uma promessa de que todos os homens teriam garantido seus inalienáveis direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade. 

É óbvio que ainda hoje a América não pagou tal nota promissória no que diz respeito aos seus cidadãos de cor. Em vez de honrar tal compromisso sagrado, a América deu ao Negro um cheque sem fundos; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: “fundos insuficientes”. Nós nos recusamos aceitar a idéia, porém, de que o banco da justiça está falido. Recusamos acreditar não existirem fundos suficientes nos grandes cofres das oportunidades desta nação. Por isso aqui viemos para cobrar tal cheque – um cheque que nos será pago com as riquezas da liberdade e a segurança da justiça. Também viemos a este lugar sagrado para lembrar à América da veemente urgência do agora. Este não é o tempo para se dedicar à luxuria da postergação, nem para se tomar a pílula tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para que se tornem reais as promessas da Democracia. Agora é o tempo para que nos levantemos do vale escuro e desolado da segregação para o iluminado caminho da justiça racial. Agora é o tempo de abrir as portas da oportunidade para todos os filhos de Deus. Agora é o tempo para levantar nossa nação da areia movediça da injustiça racial para a rocha sólida da fraternidade. 

Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência do momento e subestimar a determinação do Negro. Este sufocante verão do descontentamento legítimo do Negro não passará até que ocorra o revigorante outono da liberdade e igualdade. 1963 não é um fim, mas um começo. Aqueles que crêem que o Negro precisava apenas se desabafar, e que agora ficará contente como está, terão um rude despertar se a Nação retornar à sua vida normal como sempre. Não haverá tranqüilidade nem descanso na América até que o Negro tenha garantido todos os seus direitos de cidadania. Os turbilhões da revolta continuarão a sacudir as fundações de nossa Nação até que desponte o luminoso dia da justiça.  

Existe algo, porém, que devo dizer ao meu povo que se encontra no caloroso limiar que conduz ao palácio da justiça. No processo de ganharmos nosso lugar de direito não devemos ser culpáveis de atos irregulares. Não busquemos satisfazer a sede pela liberdade tomando da taça da amargura e do ódio. Devemos conduzir sempre nossa luta no plano elevado da dignidade e disciplina. Não devemos deixar que nosso criativo protesto degenere em violência física. Sempre e cada vez mais devemos nos erguer às alturas majestosas de enfrentar a força física com a força da alma. Esta maravilhosamente nova militância que engolfou a comunidade negra não deve nos levar a uma desconfiança de todas as pessoas brancas, pois muitos de nossos irmãos brancos, como evidenciado por sua presença aqui, hoje, estão conscientes de que seus destinos estão ligados ao nosso destino, e que sua liberdade está intrinsecamente unida à nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. 

À medida que caminhamos, devemos assumir o compromisso de marcharmos avante. Não podemos retroceder. Existem aqueles que estão perguntando aos devotados aos direitos civis: “Quando vocês ficarão satisfeitos?” Não podemos ficar satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores incontáveis da brutalidade policial. Não podemos ficar satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados pela fadiga da viagem, não puder encontrar um lugar de descanso nos motéis das estradas e nos hotéis das cidades. Não podemos ficar satisfeitos enquanto a nobreza básica do negro passa de um gueto pequeno para um maior. Não podemos jamais ficar satisfeitos enquanto um Negro no Mississipi não pode votar e um negro em Nova York crê não existir nada pelo qual votar. Não, não, não estamos satisfeitos, e não ficaremos satisfeitos até que a justiça corra como água e a retidão também, como uma poderosa correnteza. 

Não desconheço que alguns de vocês vieram aqui após muitas dificuldades e tribulações. Alguns de vocês recém saíram de diminutas celas de prisão. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade deixou em vocês marcas das tempestades de perseguição e fê-los tremerem pelos ventos da brutalidade policial. Vocês são veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fé de que um sofrimento imerecido é redentor. 

Voltem ao Mississipi, voltem ao Alabama, voltem à Carolina do Sul, voltem à Geórgia, voltem à Louisiana, voltem às favelas e aos guetos de nossas modernas cidades, sabendo que, de alguma forma, esta situação pode e será alterada. Não vamos nos esconder no vale do desespero. 

Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano. 

Tenho um sonho que algum dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado de sua crença. “Afirmamos que estas verdades são evidentes; todos os homens foram criados iguais”. 

Tenho um sonho que algum dia nas montanhas rubras da Geórgia os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos donos de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade. 

Tenho um sonho que algum dia o estado do Mississipi, um estado deserto sufocado pelo calor da injustiça e opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça. 

Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. 

Tenho um sonho, hoje. 

Tenho um sonho que algum dia o estado de Alabama, cujos lábios do governador atualmente pronunciam palavras de interposição e nulificação, seja transformado para uma condição onde pequenos meninos negros, e meninas negras, possam dar-se as mãos com outros pequenos meninos brancos, e meninas brancas, caminhando juntos, lado a lado, como irmãos e irmãs. 

Tenho um sonho, hoje. 

Tenho um sonho que algum dia todo vale será exaltado, toda montanha e encosta será nivelada, os lugares ásperos tornar-se-ão lisos, e os lugares tortuosos serão direcionados, e a glória do Senhor será revelada, e todos os seres a verão, juntamente. 

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao sul. Com esta fé seremos capazes de tirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação em uma linda sinfonia harmoniosa de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, orar, juntos, lutar juntos, ir à prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que algum dia seremos livres. 

Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: “Meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto. Terra onde morreram meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, de cada rincão e montanha que ressoe a liberdade”. 

E se a América for destinada a ser uma grande nação isto deve se tornar realidade. Que a liberdade ressoe destes prodigiosos planaltos de New Hampshire. Que a liberdade ressoe destas poderosas montanhas de New York. Que a liberdade ressoe dos elevados Alleghenies da Pensilvânia! 

Que a liberdade ressoe dos nevados cumes das montanhas Rockies do Colorado!

Que a liberdade ressoe dos picos curvos da Califórnia! 

Não somente isso; que a liberdade ressoe da Montanha de Pedra da Geórgia!  

Que a liberdade ressoe da Montanha Lookout do Tennessee! 

Que a liberdade ressoe de cada Montanha e de cada pequena elevação do Mississipi. 

De cada rincão e montanha, que a liberdade ressoe. 

Quando permitirmos que a liberdade ressoe, quando a deixarmos ressoar de cada vila e cada aldeia, de cada estado e de cada cidade, seremos capazes de apressar o dia quando todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, com certeza poderão dar-se as mãos e cantar nas palavras da antiga canção negra: “Liberdade afinal! Liberdade afinal! Louvado seja Deus, todo-misericordioso, estamos livres, finalmente!

Ao optar por não atacar pessoas e sim preceitos e preconceitos segregacionistas e raciais, King mostrou ao mundo que a igualdade era possível, ainda que instigada por ódios incompreensíveis e repugnantes.

Entre todos os prêmios e lauréis que ganhou, o mais importante deles foi o prêmio Nobel da Paz em 1965. Celebrado e respeitado por muitos e odiado por outros – “vergonha para todo o mundo” foi a expressão utilizada por racistas do Sul dos Estados Unidos na ocasião.

Sua cruzada em busca da igualdade foi interrompida em 4 de abril de 1968, com um tiro no rosto dado por um branco na cidade de Memphis no Tennesse. O silêncio da cerimônia fúnebre de King trouxe uma profunda reflexão ao povo americano e impôs ao mundo uma nova ordem na área dos direitos civis. Não se podia matar impunemente – por mais dura que fosse a pena, a morte de King não seria reparada – que buscava direitos iguais para iguais, ainda que diferentes por causa da cor da sua pele, não se podiam transformar um embate num combate.

Não se podia conter ou exterminar uma busca pacífica de igualdade com balas letais, pancadaria e intimidação. Martin Luther King Junior deixou um legado de respeito e de admiração que é seguido por muitos. Na sua sepultura estão gravadas as palavras que ele pronunciou na Marcha Sobre Washington:

“FREE AT LAST, FREE AT LAST;

THANK GOD ALMIGHTY

I’M FREE AT LAST!”

“Enfim livre, enfim livre! Graças a Deus Todo-Poderoso sou finalmente livre!

 

 

Jehozadak Pereira

Nota 1: Este artigo foi escrito em 2004, mas está mais atual do que nunca. Mesmo porque os espertalhões continuam ai na mídia pedindo dinheiro para seus projetos pessoais. Caem, os bigodes e os cabelos, mas as caras-de-pau continuam as mesmas.

Nota 2: Hoje, 18 de janeiro, a Forbes Magazine publicou uma lista com os ditos líderes evangélicos mais ricos do Brasil. Uma vergonha! Um escárnio total! Uma patifaria destes velhacos embusteiros que ficam cada vez mais ricos num país de pessoas cada vez mais pobres...

Por causa da ética não criticamos. Por causa da tolerância, tomamos qualquer espertalhão como um dos nossos. Por causa da unidade aceitamos que vendilhões explorem a boa fé daqueles que, necessitados, vêem neles a esperança para os seus males e mazelas. Por causa da nossa ética, fazemos vista grossa àquilo que deturpa e corrompe e conspurca o santo Evangelho da graça de Jesus Cristo.

Eu me pergunto muitas vezes qual o rumo que a igreja está tomando? Para onde caminha a igreja? Qual será o resultado de tudo isto que nos cerca? Outro dia eu lia uma entrevista do Caio Fábio –www.refletir.com, e ele disse uma coisa que me chamou a atenção. Afirmou que a igreja hoje – especialmente as neopentecostais – tem adotado práticas e ritos sincréticos que nada tem a ver com a liturgia das nossas igrejas tradicionais ou pentecostais. É um tal de sal grosso, banho de descarrego, corrente disto, corrente daquilo, mesa com toalhas brancas, velas, e tanta coisa que tomaria tempo e espaço demasiado para narrar aqui.

Ressalte-se que para o pobre necessitado nada é de graça. Há um preço a ser pago. Se ele quer prosperidade, assalta-se o bolso dele descaradamente. Se quiser saúde, tome o dinheiro dele. Se desejar um carro, uma casa? Veja o quanto a vítima tem na carteira? Não tem nada? Não tem problema! Dê um cheque pré-datado, que vai ser trocado na esquina com o agiota de plantão. E as campanhas dos “trezentos” de Gideão? O pobre deve estar se revirando na tumba de desgosto.

Haja trezentos valentes! É pregado nestes balcões de negócios que o indivíduo tem de dar para poder receber. Prega-se um evangelho deturpado, barato, vagabundo, insosso, nauseabundo, desprezível, e tudo o mais que se possa adjetivar este arremedo que eles teimam em corromper.

Onde está na Bíblia que é preciso dar algo para ter aquilo que se precisa? Os valentes de Gideão foram para uma batalha onde Deus estava no negócio, e a menos que minha Bíblia esteja errada, eu não encontro ali qualquer menção a dinheiro.

Mantém-se o cidadão encabrestado na ignorância de que ele precisa ofertar, ofertar, ofertar, cada vez mais, para que seja abençoado.

Mentirosos desprezíveis.

Um destes muitos bispos que povoam o mercado, certa feita afirmou que se um coitado – quem acredita nele, pede alguma bênção, paga por ela, pois é influenciado a dar, e não recebe o que espera, a culpa vai cair sempre em cima de quem suplica, e dizia ainda com cara de ratazana, que não recebeu por falta de fé. Prosseguia dizendo que o negócio dele é sempre sem risco algum de ter reclamação. Joga tudo na falta de fé e pronto. Se morrer não pode reclamar, se não recebe o que espera idem, e assim estes malandros prosseguem enriquecendo mais e mais.

A igreja hoje é doente por causa desta podridão a que é submetida, e não pensem que é somente no Brasil. É uma tendência mundial que varre as igrejas do planeta. Antigamente um homem entrava no ministério para ganhar almas, hoje – com raras exceções – entra para ganhar dinheiro.

Outro dia eu lia na internet, que o tal ”apóstolo” foi numa reunião de um clube de pastores, e disse na maior cara de pau, que seus “problemas” foram resolvidos. Logicamente, que ninguém espera que estes, digamos quadrilheiros, travestidos de crentes, sejam presos, mas me pergunto muitas vezes o que se passa na cabeça de um sujeito destes. Será que não tem o temor de Deus, será que não teme a mão do Senhor? Tem um outro arrogante que se diz escritor de livros – mas que na realidade são outros que escrevem para ele – que suas perorações, que ele transforma em livretos, sempre são inconclusas, pois quem quiser saber o que vai acontecer tem de comprar a série de três livros que ele vende ao final de cada uma das suas falas, seja em igrejas, seja na televisão. E o velhaco diz isto rindo, como que dizendo – enganei mais um trouxa. E olha que ele anda lépido e fagueiro a bordo de um carrão importado blindado que custa mais de R$ 200 mil. Perdoem-me a dureza, mas estes tem de ser denunciados.

Este mesmo, circunstancialmente, elege alguém para bater. O próprio Caio Fábio já foi vítima dele, quando o dito cujo recebia dinheiro para “bater” nele. Outras vítimas são conhecidas. Para uma delas nos Estados Unidos, ele pediu dinheiro para financiar um programa de televisão.

Quando ouviu a recusa falou mal até cansar, depois de receber uma régia oferta, que evidentemente ele nem falou em devolver.

Logo, logo tem mais uma eleição e certamente ele vai ganhar mais uns trocados defendendo algum “irmão” de fé. Para a platéia vai dizer que é por pura convicção. E há quem acredite nele.

Na próxima eleição quando o seu pastor falar que vai apoiar algum candidato, pergunte o quanto ele vai estar ganhando pelo apoio, e não se espante se ele mandar excluir você por causa do questionamento.

E as oligarquias nas famosas convenções gerais? Passa de pai para filho ad eternum, os coronéis perpetuam-se no poder e na manipulação sem dar satisfação alguma, e suas vontades são leis que devem ser cumpridas de imediato, pois eles não admitem ser contrariados. Estão no poder há anos. Ouse perguntar quem será o substituto de qualquer deles? As decisões são verticais, manda quem pode e acabou.

E a apostolada? Nunca vi tanto apóstolo. E os carros? E as roupas? E os relógios? Tempos atrás eu vi um bispo pregando e ele se dizia muito humilde, muito simples, mas no púlpito disse que seu terno havia custado U$ 5 mil, na Laffaiette Galerie em Paris. Seu relógio havia custado à bagatela de U$ 12 mil, na Picadilly Circus, em Londres. No dia seguinte ele falou da camisa. O preço? U$ 1,2 mil, na Rodeo Drive, em Los Angeles, e o cara-de-pau dizia que aquelas eram parte das coisas que ele havia comprado. Fiquei imaginando o quanto custava o guarda-roupa dele. Vivia como outros tantos como um sibarita.

Quem bancava aquela luxúria toda? O povo que acreditava nele, pois recentemente ouvi que ele havia se enveredado pelas barras da saia de uma jovenzinha, e o povo da sua igreja havia debandado. Ao ter esvaziado o negócio que ele chamava de igreja, o padrão de vida dele caiu bastante. Teve de vender o carro blindado, dispensar o séqüito de seguranças e motoristas, e se a coisa apertar ele pode vender os ternos, os relógios, as camisas… Como não era a primeira vez que o senhor epíscopo derrapava nas curvas de alguma donzela, a igreja foi contribuir em outra freguesia, deixando-o a ver navios.

E por falar em sibarita, há um deles dono de uma grande; imensa igreja em São Paulo, que diz sentir o maior prazer em poder entrar numa loja de sapatos em New York, e gastar U$ 10 mil, de uma única vez, sem que ninguém o incomode com perguntas, ou ainda comprar quadros que variam de U$ 40 a U$ 100 mil sem se sentir culpado por isso. De onde vem o dinheiro desta gastança toda? Do bolso de pobres coitados, explorados em intermináveis cultos diários nas filiais da sua igreja.

Voltando aos apóstolos, tem até apóstola no mercado. E o sonho dourado da apóstola é que cada estado brasileiro tenha o seu apóstolo, e cada um destes apóstolos deve ter outros doze com ele, e cada um destes doze deve ter outros e assim vai, e certamente gente que não conhece Bíblia, que não tem estofo moral e espiritual para o cargo que eles querem ocupar. Não demora e vai começar a estourar no Brasil escândalos e mais escândalos envolvendo estes “apóstolos”. É esperar para ver.

Outro dia mesmo recebi um e-mail, onde o remetente me contava a história de um imóvel doado para um apostolado. Dizia também que havia uma queixa crime contra o apóstolo, por que o imóvel doado ao apostolado, estava registrado no nome de quem? Tem uma caixa de doces quem descobrir.

Bingo! No nome do “seu” apóstolo, lógico.

E a profetada? Tem um conferencista no Brasil, que aonde vai entrega sempre a mesma profecia. É batata. Um amigo meu foi vê-lo pregar em duas igrejas diferentes, e nas duas igrejas Deus “usou” ele para entregar a mesma profecia para dois homens diferentes, logo o meu amigo descobriu assistindo aos vídeos que em cada lugar que ele ia havia sempre uma vítima para receber, a mesma mensagem. Tal e qual as outras anteriores.

Irmãos, as bênçãos de Deus são gratuitas e dadas de bom grado, basta você ter fé. Se te pedirem dinheiro não dê.

Se te oferecerem uma corrente, não aceite, se te constrangerem a aceitar a palavra deles como verdade, refute, Deus não cobra nada de ninguém. Seu dever como crente em Cristo, é dar o seu dízimo e as suas ofertas alçadas, o que passar disto é errado diante de Deus, é pilantragem.

Gideão e os seus trezentos saíram para guerrear e vencer uma batalha. Hoje os tais “trezentos” envolvem invariavelmente dinheiro e usam o pobre do Gideão como desculpa esfarrapada. Manipulam o povo para que estes acreditem que para serem valentes tem de forçosamente mexer nas carteiras. Mentira.

E os leilões de “bênçãos” que eles fazem. Quem vai dar 10 mil? – Aqui não tem nenhum valente para dar 10 mil? E os de 5 mil? E por ai vão, extorquindo o povo.

Quem não tem dinheiro para dar, sente-se um lixo, e conseqüentemente desprezado por Deus. Nada disto. Repito que bênçãos não são vendidas, bênçãos são dadas por Deus. Pura e tão somente.

Hoje uma igreja não se mede pelas almas que ganha, e sim pelo que arrecada. É o fim da picada. Logicamente há as exceções a esta regra, mas elas estão cada vez mais difíceis de ser achadas.

Estes piratas seguem o exemplo e o legado de Geazi. Ao ver o verdadeiro homem de Deus recusar os presentes e o dinheiro de Naamã, um inconformado Geazi foi atrás da caravana do sírio para pegar para si aquilo que alimentaria seu espírito mercenário. Queria ficar rico, e a pequena fortuna rejeitada pelo profeta – o verdadeiro homem de Deus recusa os encantos do dinheiro fácil – Geazi deu início àquilo que ainda nos nossos dias encontra ressonância – o assalto aos bolsos alheios.

Fico imaginando o dia em que esta matilha tiver de prestar contas a Deus, todo poderoso, a respeito de tudo o que arrancaram do povo, o que eles vão dizer? Vão dizer que preferiram o exemplo e a prática de Geazi, em detrimento da atitude de Eliseu. É mais fácil, é mais cômodo e como enriquecem…

Jehozadak Pereira

A cabeleira Viviane Ramos viu suas filhas crescerem pelas fotografias que sua mãe remetia periodicamente pelo correio. Junto com seu marido, imigrou para os Estados Unidos no final da década de 90 para melhorar de vida. A distância da família, o choque cultural e a dificuldade de adaptação lhe renderam uma grave crise de depressão. “Senti solidão, saudade e entrei num estado de stresse muito grande que culminou com forte apatia em relação à vida”, afirma. Vivian só superou esse estado com ajuda médica.

É cada vez maior o número de casos de depressão, principalmente entre os imigrantes e a doença não escolhe idade, classe social ou raça. Nos Estados Unidos, os imigrantes estão mais passíveis à depressão por estarem longe de casa, da família e num ambiente muitas vezes adverso. Entre os brasileiros é muito comum a auto-medicação. Como os remédios são trazidos do Brasil sem o devido acompanhamento, em vez de curar, tem aumentado a gravidade da doença.

O que leva pessoas bem sucedidas, realizadas profissionalmente, acomodadas socialmente, com situações financeiras estáveis e aparentemente saudáveis a se deixar abater pela depressão, que é chamada de um dos flagelos da humanidade? O que dirá então daquelas que estão longe de seus familiares, parentes, amigos e do seu próprio meio, sendo forçados a viver praticamente como clandestinos sem nenhuma perspectiva a curto prazo e, às vezes, com medo da própria sombra ou da campainha que toca no meio da noite?

A depressão e o desânimo faz com que o dia mais ensolarado torne-se o mais sombrio período. Faz com que o ser humano sinta-se só no meio da multidão. Os dias são passados na mais absoluta falta de vontade de fazer qualquer coisa. Há a prostração total, que aliada a uma letargia insistente torna o indivíduo vítima de si mesmo.

E via de regra o depressivo só quer saber de morrer, e de preferência só e sem ninguém por perto. Não há uma explicação científica para a depressão. Isto é narrado por médicos e terapautas e serve de objeto de estudo nas nuances das crises vividas por cada um. Familiares e amigos, às vezes, são chamados para tentar desvendar os mistérios de uma mente deprimida.

Uma questão suscita dúvida: a depressão é clinica ou patológica? Como tratar o deprimido? Invariavelmente, os medicamentos ministrados aos deprimidos são antidepressivos que tornam a pessoa ainda mais passiva e distante do mundo real que o cerca. Para alguns, do mesmo modo que a depressão vem, ela vai aliviando a mente e deixando o deprimido aliviado e sem uma resposta para o mal que o acometeu.

Um grande número de pessoas deprimidas se matam a cada ano por não conseguir aceitar o mal que lhes foi imposto. A medicina tem buscado respostas para a depressão ano após ano e não as encontra.

A doença têm vários níveis que não podem ser menosprezados. Somente um especialista poderá indicar o tratamento adequado, analisando caso a caso.

Mesmo uma situação de nervosismo ou de angústia aparentemente passageira merece atenção. Não há uma estatística de quantas pessoas padecem de depressão e desânimo, mas uma coisa é certa: neste contingente estão pessoas de todas as camadas sociais e não há privilégio de uma classe específica. A medicina espera em curto prazo a descoberta da profilaxia correta para o tratamento adequado do mal dos nossos dias.

Os fatores que podem causar a depressão são inúmeros. Casamento e relacionamentos amorosos em crise, abandono, traição conjugal, morte e rompimentos de amizades, perda de emprego e sobretudo de identidade pessoal – muito comum nos imigrantes, solidão, falta de perspectiva de vida – principalmente para adolescentes e jovens, talvez as maiores vítimas nos dias atuais. O reflexo imediato é a falta de cuidados pessoais com a aparência física e o modo de se vestir. Outro reflexo é o desleixo com a casa, com o carro e com os objetos pessoais; o choro fácil e o isolamento do mundo. Para algumas pessoas o simples fato de estar envelhecendo é motivo suficiente para que a depressão as atinja em cheio.

Nos Estados Unidos, os imigrantes são mais passíveis de depressão. Entre eles, tem sido muito comum a auto-medicação com antidepressivos como o Prozac, o campeão de uso. Os remédios são trazidos do Brasil sem o devido acompanhamento médico e em vez de curar, tem piorado acentuadamente os casos de depressão. Há casos de brasileiros irem parar nos hospitais e consultórios americanos por causa do uso de antidepressivos sem receita médica.

Ciente de que não poderia sair sozinha da depressão, Viviane buscou ajuda médica e com o tratamento se livrou do problema e também pode ajudar uma amiga que frequenta a mesma comunidade que ela a buscar tratamento, pois ela tomava remédios que mandou trazer do Brasil por conta própria e piorava cada vez mais. “Hoje estou curada e sei como lidar com o problema se ele surgir de novo, o que espero que não aconteça”, diz Viviane.

Jehozadak Pereira

Escrevi este texto em 2006 e a situação continua a mesma agora. Quem há de parar com esta guerra sem sentido? Devo ressaltar que a minha posição é pró-Israel. Sempre… 

Imagine morar ao lado de um vizinho baixinho, invocado, irascível, iracundo, impaciente, intolerante, bravo, que reage a menor provocação e não deixa nada passar batido. Isto, e tudo mais é o retrato do que é Israel. A parte que mais se conta na imprensa mundial é que o estado judeu age impiedosamente na defesa dos seus direitos inquestionáveis – inclui-se ai os seus cidadãos, sejam de que parte do mundo forem.

A relação de Israel com seus vizinhos – que querem o seu extermínio total – é de tensão permanente o tempo todo há séculos. O Oriente Médio é uma zona permanentemente conflagrada e com os nervos – sempre – a flor da pele. Se a vida de Israel não é fácil, a dos seus inimigos é pior ainda, e a disputa passa pelo direito de ter Jerusalém como a sua capital. Aliás, Jerusalém é o desejo de cristãos, muçulmanos e judeus que querem se estabelecer lá definitivamente.

O pretexto é usado como motivo para hostilizar Israel, e os meios usados são muitos. Vão desde os homens-bomba que se explodem matando o maior número de pessoas que possam matar, e invariavelmente os alvos sempre são civis, como forma de pressionar o governo israelense e a medida que há a reação, apela-se para a opinião pública mundial.

Sem dúvida alguma a pior relação de Israel é com os palestinos. Nos territórios ocupados da Faixa de Gaza vivem cerca de 3,5 milhões de pessoas – dados de 2005, em condições de miséria e de extrema necessidade, e é de onde parte a maioria dos homens-bomba suicidas que constantemente atormentam os judeus.

Há outros inimigos poderosos, entre eles o Hezbollah e o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, que não se cansa de pregar a extinção e o aniquilamento total de Israel. Os discursos de Ahmadinejad são feitos para multidões ensandecidas que queimam as bandeiras de Israel e dos Estados Unidos – freqüentemente acusado de proteger Israel. A crise atual que provocou novamente Israel, foi por causa do seqüestro de dois soldados que seriam usados como moeda de troca com prisioneiros, feita por militantes do Hezbollah.

Mantido pela Síria que fornece armas e fartos recursos financeiros, e protegido pelo Líbano que o acolhe e dá proteção, o Hezbollah não esperava a reação israelense, que avançou em cima exigindo a libertação dos seus soldados. Vencido o ultimato, e a despeito de negociações Israel bombardeou o sul e isolou o Líbano. Em resposta o Hezbollah lançou mísseis sobre as cidades fronteiriças

O mundo que não acreditava no uso da força assistiu estarrecido a invasão israelense jogando bombas sobre o Líbano sem o menor pudor. A grande preocupação foi com os milhares de civis, especialmente estrangeiros que todos os anos vão ao Líbano. Cada nação tratou de tirar da zona de guerra os seus cidadãos e para variar o governo do Brasil foi criticado pela demora em evacuar os brasileiros, e diversas pessoas fugiram pela Síria e Turquia. Mesmo com todo o esforço do governo e da diplomacia do Brasil ainda há brasileiros na região e nem mesmo a morte de pelo menos duas famílias fez com que o processo de retirada de brasileiros fosse acelerada.

O que se vê é um esforço descomunal da ONU e dos governos de diversos países – entre eles os Estados Unidos, no sentido de definitivamente colocar um ponto final no conflito. No entanto, as exigências de ambos os lados parece emperrar definitivamente um cessar-fogo, que pararia uma guerra estúpida e sem sentido nenhum de ser, e que serve absolutamente para mostrar ao mundo civilizado a quantas andam a arrogância e o fanatismo – principalmente do Hezbollah que faz da sua batalha uma guerra santa sem sentido nenhum de ser.

Jehozadak Pereira

A eleição presidencial nos EUA é por vezes decidida num detalhe. Este detalhe apontou em 1999 George W. Bush, obteve menos votos que Al Gore e ganhou uma eleição com um sistema intricado e cuja maioria no voto popular não dá ao candidato a vitória.

Nas eleições presidenciais em 2000, George W. Bush teve um número inferior de votos ao do candidato democrata, Al Gore – 48,38% contra 47,87% de Bush. Gore, então vice-presidente de Bill Clinton, obteve expressiva votação nas maiores cidades americanas, tradicionais redutos democratas, contudo, o republicano Bush levou a maioria dos votos no interior do país e foi vencedor num número maior de Estados, e com isto conseguiu mais delegados no Colégio Eleitoral 271 x 266, determinantes para a sua vitória.

Em setembro de 2001, meses depois da sua posse, Bush enfrentou a pior crise da história política e social dos Estados Unidos nos últimos 80 anos – o atentado contra o World Trade Center, e a recessão que se abateu sobre os Estados Unidos e o mundo nos meses seguintes.

Embora não tivesse culpa ou responsabilidade alguma sobre os atentados, Bush viu seu território ser invadido e vidas serem ceifadas sob o seu olhar e, jamais o país foi o mesmo depois disto.

Cerca de 13% da população americana é composta de idosos com mais de 65 anos de idade, que não tem posição política definida e cuja maior entidade – Associação Americana de Pessoas Aposentadas, em inglês AARP não faz doações partidárias, mas é um dos segmentos que mais faz pressão junto aos governantes. A AARP alinha-se tradicionalmente com os democratas.

Coalizões cristãs e conservadoras se opõe ferrenhamente ao aborto e o casamento entre os homossexuais. Mitt Romney, pessoalmente, se opõe ao casamento homossexual enquanto que Obama apóia as uniões que darão aos gays acesso aos mesmos benefícios oferecidos aos casais heterossexuais.

Nesta eleição a discussão é sobre o aborto e o casamento homossexual que causa arrepios nos mais emperdenidos republicanos. Esta eleição é singular pois mostra a força cada vez mais crescente e influente do Tea Party que conseguiu impor Paul Ryan, um congressista conservador como o vice na chapa de Mitt Romney.

Um dos temas preferidos da campanha é o crescente déficit orçamentário americano. Nesta eleição o que está em jogo vai além da política econômica que está em recessão, e tem sido o principal mote dos republicanos que não se cansam de atacar Obama por causa disto.

Nas respectivas campanhas não se toca no tema imigração – que é o nosso foco de interesse, a não ser de modo tímido e acanhado, pois tratar deste assunto não dá nenhum voto, ao contrário, tira muitos votos de qualquer candidato.

Há também a questão proposta por Mitt Romney da auto-deportação, embora diga-se por aí que tudo não passa de boato, defendido às unhas e dentes, mas que boato ou não, a proposta, ou sequer o pensamento é de uma desumanidade tremenda.

É óbvio que Obama não conseguiu resolver todos os problemas propostos e também não é o candidato dos sonhos de muita gente, mas mesmo assim é o preferido da maioria – pelo menos é o que indicam as pesquisas de opinião.

Portanto, o que estará em jogo no dia 6 de novembro é o passo adiante da América em direção à estabilidade ou do atraso, do ranço, do baixo astral, das propostas espúrias e indecentes, principalmente aquela que diz respeito ao trabalhador indocumentado. Há alguns brasileiros que pensam que o que está em jogo é somente a questão delicada do aborto e do casamento gay, o que é admissível, pois nossa gente é religiosa ao extremo e portanto, faz sentido sob este ponto de vista.

Porém, deve-se atentar para os reais problemas que esta nação tem, entre eles milhões de imigrantes indocumentados que vivem nas sombras da intolerância e da ignorância. Quem vai ganhar? Obama ou Romney? Isto só vamos saber na noite de 6 de novembro…

 

 

Jehozadak Pereira

Costuma-se dizer que política, futebol e religião não se discute, pelo menos não necessariamente nesta ordem. Mas uma coisa ressalta aos olhos para alguns comportamentos na comunidade brasileira. É incrível mas há brasileiros que têm saudades do ex-presidente George W. Bush e dos republicanos. Também têm lá os seus pendores por Mitt Romney e por Paul Ryan, tido como um dos próceres do Tea Party.

Porém alguns brasileiros, morrem de saudades do republicano Bush, talvez um dos piores presidentes que os Estados Unidos já teve. Claro que cada qual pode ser democrata, republicano, libertário ou lá o que quiser ser. Convém lembrar que Bush e seus pares apertaram e oprimiram como nunca o trabalhador imigrante, principalmente o indocumentado e quantos milhares de sonhos e esperanças foram interrompidas nos dois períodos de governança de Bush sem que nada de prático fosse feito para minorar qualquer sofrimento ou frustração.

Ao pé de toda a saudade destes brasileiros por Bush & Cia, está a insatisfação deles – e do povo americano com o Presidente Barack Obama que certamente não tem feito o governo dos sonhos. Também Obama tem dado prosseguimento à política de Bush de prender e deportar, aliás, como nunca.

Mas como alguém que é imigrante, que certamente um dia sofreu na pele as agruras de ser um indocumentado pode sentir saudades de quem oprimiu o seu semelhante? Talvez, estes tenham se esquecido quem sabe porque são cidadãos ou possuem os seus documentos legais e que fariam melhor se resolvessem usar os seus votos para pressionar os políticos a legislar e produzir leis que beneficiassem milhões de imigrantes indocumentados, mas no entanto preferem sentir saudades de Bush.

Convém lembrar que os que sentem saudades de George W. Bush também lamentaram que McCain não foi eleito pois teriam o prazer de ter Sarah Palin como vice-presidente. Sonham eles que nesta eleição o candidato a presidente seja contra o aborto, contra o casamento gay, etc, etc. Sonham com isto o tempo todo, talvez ignorando que se o candidato republicano for eleito trará de volta toda a política cretina e absurda dos tempos de Bush. Talvez esqueçam que o Brasil é um dos países onde mais se pratica o aborto no mundo, e olha que lá o aborto não é legalizado como em muitos lugares aqui nos Estados Unidos, mas como os republicanos são contra o aborto, deve-se – na cabeça deles votar nele.

Há também a questão do casamento gay, que tal como o aborto é opção pessoal de cada qual que faz com a sua vida o que bem entender e quiser.

Votar em alguém só porque o credo ou o viés religioso bate em alguns aspectos com o de certos políticos é um absurdo do mesmo modo que deixar de votar neles só por isso é uma aberração. O que é de se espantar mais ainda é ver tantos brasileiros se filiando ao Partido Republicano e se aliando ao Tea Party. Em Massachusetts há muitos brasileiros carregando placas e fazendo campanha para o senador Scott Brown, justo ele que é um dos mais ferrenhos opositores do Dream Act. Claro e é óbvio que cada um pode e tem o direito de fazer a sua opção política do modo que lhe convier, mas devemos tê-los por adversários, opositores, inimigos ou anti-imigrantes?

Por que então tratar deste assunto um artigo sobre opinião? Porque o que causa estranheza é a certa obtusidade e incompreensão com determinadas coisas que nos cercam, mas que podem influenciar definitivamente as vidas de milhões de pessoas. Como já foi dito aqui, a opção política e de religião cada um tem a sua, mas deliberadamente apoiar quem persegue faz de tudo para atrapalhar e atrasar a vida dos seus semelhantes que não têm documentos.

Como se já não bastasse a nossa crônica falta de liderança, e da preocupação de alguns com a eleição comunitária, agora temos que conviver com quem têm saudades de Bush. Lamentável mais é verdade, afinal cada um tem saudade daquilo que lhe apetece…

Jehozadak Pereira

Fosse nos Estados Unidos que tivesse acontecido o escândalo do Mensalão, certamente no fim do julgamento que começou na quinta-feira, 2 de agosto, um macacão laranja esperaria cada um dos 38 acusados em diversos crimes. Formação de quadrilha – e o fato

jurídico é que foi o maior roubo da história política brasileira em todos os tempos, de tal modo que a ladroagem do governo Collor de Mello ficasse parecendo coisa de iniciante; lavagem ou ocultação de dinheiro; corrupção ativa e passiva; peculato; evasão de divisas e gestão fraudulenta, são as acusações do procurador-geral da República.

No comando disto tudo estavam figuras importantes do Partido dos Trabalhadores, como José Dirceu, então poderoso Ministro Chefe da Casa Civil, Luis Gushiken e Antonio Pallocci que tiveram que abandonar os seus cargos.

Tudo começou com a divulgação de um vídeo onde um diretor dos Correios foi flagrado recebendo uma propina, e citava o nome do deputado Roberto Jefferson que fazia parte da base aliada do governo Lula. Foi o suficiente para que um escândalo de grandes proporções atingisse em cheio o governo.

A cena foi completada com o surgimento do publicitário Marcos Valério, que mentiu para tudo e todos. Primeiro dizendo que não sabia de nada, não havia visto nada, não havia recebido e muito menos feito qualquer pagamento a quem quer que fosse. Sua cabeça reluzente transformou-o num dos mais fotografados personagens dos últimos tempos. Valério tentou por todas as formas se desvencilhar do escândalo mas não teve jeito, foi indiciado e vai ser julgado; a expectativa é que resolva contar tudo o que sabe para que o Brasil saiba a verdade sobre este episódio obscuro que envolve figuras importantes da política nacional.

É certo e sabido que uma movimentação financeira deste porte jamais poderia permanecer incógnita, principalmente do presidente da república que saiu-se com uma das pérolas da cena política brasileira – a de que não sabia de nada. Ou realmente Lula não sabia do que se passava debaixo do seu nariz ou então foi omisso e com uma assessoria incompetente que jamais conseguiu detectar os rolos e as falcatruas que aconteciam nas salas vizinhas ao seu gabinete.

Na ocasião Lula disse que estava decepcionado e que fora traído por pessoas da sua confiança, sem jamais declinar os nomes de quem havia cometido as traições. No entanto, o mais importante foi a constatação de que o Partido dos Trabalhadores que segundo os seus fundadores surgiu para normalizar as relações morais e éticas na política brasileira e este foi o seu discurso até que Lula assumisse a presidência da república. A partir daí, o que se viu foi um festival de alianças no mínimo esquisitas e comprometedoras em todos os aspectos, inclusive morais e éticas, que era a bandeira do PT.

Gente como Antonio Carlos Magalhães, José Sarney, Renan Calheiros e até Paulo Maluf  entre outros tantos foram sendo agregados ao modo de fazer política do PT e as desculpas esfarrapadas começaram a surgir justificando que para colocar em prática os benefícios sociais do partido era necessário se aliar aos adversários do passado.

Com isto, o PT loteou e distribuiu cargos a torto e a direito e a lama que dominava o submundo político de Brasília logo chegou aos gabinetes mais estrelados da república. Desde então o que se vê é o PT querendo se justificar e para isto joga a culpa em cima da imprensa a quem acusa de manipular a verdade. Mas que verdade? A verdade é que houve sim um gigantesco esquema de fraude e de desvio de dinheiro jamais visto e o indiciamento de José Dirceu, um dos próceres do PT prova isto. Embora Lula tenha ficado de fora do rol dos acusados do Mensalão, é notório que ele tem sim responsabilidades no caso, seja por participação, seja por omissão, o que se for o caso é inadmissível para quem se julga desde sempre o paladino da moralidade e da retidão.

O julgamento do Mensalão não é político, o julgamento é um caso de polícia que acontece num foro privilegiado que é o Supremo Tribunal Federal por causa da imunidade de quase todos os envolvidos.

Tomara que ao fim deste julgamento, o que se veja é que os acusados saiam do tribunal de camburão e encontrem um macacão laranja a espera. Uma questão a se lamentar é que o principal responsável por tudo isto, escape ileso com a desculpa de que não sabia de nada. Uma pena…

Jehozadak Pereira

Mais uma tragédia, mais uma vez no Estado do Colorado, onde um jovem de 24 anos atirou matando 12 pessoas e ferindo 38. Os mortos e feridos assistiam o filme ‘Batman, o cavaleiro das trevas ressurge’, em Aurora, no Colorado. James Holmes foi preso pelo FBI e mais uma vez a América vai lamentar por alguns tempo o massacre. Escrevi este artigo há algum tempo e o republico agora. 

Nesta semana novamente duas chacinas praticadas por jovens – nos Estados Unidos e na Alemanha, chocaram novamente o mundo pela violência e sobretudo pela banalidade e frieza com que os assassinos cometeram os seus crimes. As autoridades e o estudiosos do comportamento por mais que estudem as mentes destes psicopatas sempre vão dar num beco sem saída.

Há algumas décadas quando os jovens queriam protestar ou transgredir em algum ato, o máximo que faziam era deixar o cabelo crescer, sair de casa e ir morar numa comunidade hippie qualquer para poder fumar maconha a vontade sem ser recriminado pela sociedade “normal”.

Porém, os tempos mudaram e desde que os alucinados Eric Harris e Dilan Klebold, mataram 13 pessoas e se mataram depois do ataque à Columbine High School no Colorado em 20 de abril de 1999, a prática dos massacres em escolas e instituições de ensino se tornou uma constante nos Estados Unidos.

Por mais que tentem achar explicações e razões para tantos assassinatos as autoridades não conseguem tê-las, mesmo se dedicando com afinco ao assunto. O ponto culminantes destas tragédias aconteceu em abril de 2007, na Virginia Tech University onde o estudante de origem sul coreano matou 30 pessoas e depois se matou.

A América perplexa e abalada assistiu dias depois vídeos que foram veiculados na televisão onde Cho Seung-hui, destilava o seu ódio e rancor contra o sistema estabelecido. Durantes muitos meses os tiros dados por ele ecoaram nas mentes dos que presenciaram o massacre brutal e sem explicação aparente. Este episódio mostrou como é relativamente fácil comprar armas em muitos estados americanos que tem uma legislação frouxa e liberal, principalmente no que diz respeito ao direito do cidadão de ter uma arma no seu nome.

Antes disto em outubro de 2006, Charles Carl Roberts então com 32 anos, assassinou cinco meninas numa escola rural dos amish – povo pacato e que vive de forma simplória no interior do Estado da Pennsylvania. Dizendo estar “cheio de ódio contra si mesmo e contra Deus”, Roberts se matou depois do massacre, e a sua história revelou que fora abusado sexualmente na sua infância.

No último final de semana novamente um outro caso semelhante aconteceu no Colorado, onde Matthew Murray de 24 anos atirou e matou quatro pessoas em dois centros de ensino religioso. Novamente as razões são as mesmas de sempre. Ódio contra o sistema e contra pessoas que deturparam e corromperam a mente dos assassinos, sem que se desse conta do grau de comprometimento e insanidade de cada um deles.

Os detalhes revelados após as tragédias, mostram uma frieza impressionante no preparo e organização dos ataques e por mais que as autoridades queiram estar em cima dos fatos, estão sempre dois passos atrás e nada podem fazer para impedir tais massacres. Principalmente porque os assassinos agem na maioria das vezes sozinhos ou em cumplicidade uns com os outros como foi o caso de Eric Harris e Dilan Klebold. Que há uma cultura de violência na sociedade americana é inegável e evidente, pois tanto filmes, como literatura e os jogos eletrônicos e de estratégia tem no seu conteúdo um grau de violência assustador.

Há também o fator de fragmentação familiar, que deixa jovens a deriva e sem a orientação devida, entregues a própria sorte, sem contar que se por um lado a sociedade atual é liberal ao extremo, por outro é repressora e impõe pesadas regras, numa contradição que costuma confundir quem não a conhece a fundo.

Como identificar e parar uma mente doentia e com planos macabros? Por mais que busquem respostas as autoridades não as têm. Uma solução seria banir todo tipo de violência frontal ou sugerida em qualquer tipo de diversão. Mas isto iria contra os princípios de liberdade pregados pela constituição americana, e que provocaria a gritaria de parte da população.

Enquanto não se acham os caminhos para coibir definitivamente tais tragédias, só resta aos Estados Unidos e ao mundo se perguntar onde acontecerá o próximo massacre e quantas pessoas morrerão. Este é o preço – caro – que se paga pelo liberalismo e tolerância com a violência em todos os níveis, que infelizmente é protagonizado por jovens que antigamente transgrediam fumando maconha e bebendo escondido dos seus pais.

Artigo escrito originalmente em novembro de 2007.

 


Categories

Estatísticas do blog

  • 180,730 hits

Enter your email address to subscribe to this blog and receive notifications of new posts by email.

Join 846 other subscribers