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Jehozadak Pereira

Pai, quero te agradecer por estarmos aqui, sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos, mas é o teu sangue que nos purifica. Pai, nós somos gratos pela vida do Durval ter sido instrumento de bênção para nossas vidas, para essa cidade. Tantas são as investidas, Senhor, de homens malignos contra a vida dele, contra nossas vidas. Nós precisamos da Tua cobertura e dessa Tua graça, da Tua sabedoria, de pessoas que tenham, Senhor, armas para nos ajudar essa guerra. Acima de tudo, Senhor, todas as armas podem ser falhas, todos os planejamentos podem falhar, todas as nossas atividades, mas o Senhor nunca falha”.

A “oração” que o deputado distrital e corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal Junior Brunelli fez pelo corrupto Durval Barbosa é de uma canalhice sem tamanho na história do evangelho brasileiro. O que dirão agora os defensores da política na igreja? O que dirão os que acham que a igreja deve estar imiscuida com os políticos?

A igreja jamais precisou dos políticos seja lá para o que for. Ao contrário, os políticos é que sempre andaram atrás de alguns pseudo-líderes que jamais hesitaram em vender seus púlpitos por qualquer trocado, já que o negócio é monetário e consequentemente as mesuras a adulações do passado já não servem mais para dar um lustro no ego destes líderes. Podem até receber os salamaleques e condecorações, mas desde que venha em primeiro lugar grana, muita grana.

Este caso de Brasília e do deputado Brunelli é só uma ponta do iceberg do que acontece no meio da igreja brasileira, onde cada qual tem o seu candidato, menos por ideologia ou amizade e mais por puro interesse financeiro mesmo, afinal o que importa é o número de eleitores que cada qual domina nos seus rebanhos. Ou seja, o povo na maioria das vezes é chamado a votar no candidato que o cacique religioso indicar e para tanto, a mão do santo, ops, do homem de “Deus” tem que ser devidamente molhada, ou preenchida com régias quantias.

É só conhecer os bastidores da igreja – ou de algumas igrejas e associações religiosas no Brasil, para saber que os velhacos fazem negociatas com políticos a torto e a direiro sem se incomodarem com o que se passa ao seu redor.

Junior Brunelli deu azar e foi apanhado com a boca, ou melhor, com a mão na grana, num vídeo que mostra a crua realidade do que se costuma chamar de evangelho de resultados na igreja brasileira. Se todos os negócios com políticos fossem revelados outros pseudo-líderes cristãos brasileiros seriam devidamente desmascarados e expostos, e mais ainda, quantos deles seriam pegos “orando” por seus corruptores, chamando-os de “bênçãos” para as suas vidas?

O caso é grave e não pode ser tratado de forma isolada, pois o escárnio e a falta de qualquer tipo de espiritualidade e prática cristã ficaram evidentes e hoje o que se vê é um espanto coletivo da sociedade, principalmente aqueles que não são evangélicos e que se perguntam se não devemos ser o sal da terra e a luz do mundo. Por isto se entende ser diferentes de tudo o que nos cerca. Por isto se entende que não somos iguais aos ladrões, aos corruptos, aos mercenários, aos espertalhões de qualquer matiz.

O pior de tudo isto é que daqui a pouco vão surgir os defensores deste tipo de gente, falando nos seus programas televisivos medíocres dizendo que tudo não passa de armação e conspiração contra o povo de “Deus”, e mais pior ainda é que tem gente que acredita piamente nisto.

Estes velhacos travestidos de pregadores do evangelho só querem tomar grana dos políticos que os corrompem diariamente em busca de apoio e guarida. Não precisamos da política, precisamos é pregar o verdadeiro Evangelho de redenção, da graça, da misericórdia e não estar metidos com negociatas e escândalos com quem quer que seja. No ano que vem teremos eleições e as movimentações de bastidores já começaram e nos próximos meses veremos quem apoia quem. Hoje, há um leilão frenético e quem pagar mais vai levar o apoio de alguns figurões da igreja brasileira, que certamente custarão milhões de dólares devidamente pagos no oculto e no escondido com dinheiro sujo que vão diretamente para os bolsos destes homens e para financiar programas de rádio, de televisão e projetos pessoais, quando não para enriquecimento mesmo.

Uma pena que seja assim, e dá saudades dos tempos em que os verdadeiros homens de Deus, entravam no ministério para pregar a palavra e terminavam as suas vidas mais pobres do que haviam entrado. Hoje, um destes muitos velhacos querem ser ministros evangélicos e ter influência para poder conseguir mais dinheiro dos seus corruptores as custas de gente simples que vai incitada a votar nos candidatos que devidamente pagarem aos seus líderes.

Será que não está na hora de a igreja brasileira ser passada a limpo e vermos quem é quem de verdade?

Jehozadak Pereira

A Time Magazine trouxe na edição 18 volume 160 de 28 de outubro de 2002, um dado ao mesmo tempo interessante e alarmante. Em 1995 por ocasião do Halloween, foram vendidos cerca de US$ 2,5 bilhões, com produtos que abrangem doces, guloseimas, fantasias a apetrechos. Em 2002 a expectativa superou US$ 6,9 bilhões, com as mesmas coisas.

O Halloween é o segundo maior evento em faturamento financeiro nos EUA, perdendo somente para o Natal, e com maior volume financeiro do que a Páscoa. Casas e estabelecimentos comerciais são decorados com os motivos do Halloween. Nos trens e metrôs é possível ver vetustas senhoras e senhores com meias abóbora e a indefectível cara do Jack the pumpkin estampada nelas e em broches de lapela. As prateleiras das lojas e supermercados são inundadas por centenas de produtos com embalagens confeccionadas especialmente para a ocasião. Abóboras são cultivadas especialmente para o Halloween, e depois jogadas no lixo apodrecem durante semanas a fio.

A grande e crucial questão é que os EUA, antes voltado à pregação do Evangelho e aos valores cristãos, hoje se volta para o paganismo e para as práticas que envolvem bruxaria e feitiçaria, e em cerimônias que cultuam os mortos – Isaías 8.19 “… não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?”.

Algumas máscaras têm caído. A revista Época 231 de 21/10/2002 trouxe a reportagem Halloween para valer, A matéria traz o perfil e conta das peripécias de algumas bruxas, que logicamente enaltecem a sua religião pagã, que chamam de wicca. O engraçado desta situação é a justificativa para as suas crenças. Embora na matéria não aborde este assunto, todos os paganistas adeptos da wicca invariavelmente alegam que foram perseguidos pela inquisição, foram queimados, foram perseguidos. Depois de escrever o artigo, um dia recebi um e-mail de um bruxo, com a cantilena toda. Respondi-lhe perguntando o que nós crentes em Cristo temos a ver com a perseguição que eles dizem ter sofrido? Mandei que ele lesse Hebreus 11, não preciso dizer que até hoje estou esperando uma resposta, e já faz tempo que escrevi…

O texto da Época a mim me parece com mais uma daquelas defesas de algo que não há o que defender. Que somente cabe porque é oportunista – a proximidade do Halloween.

Os maiores festivais da bruxaria moderna são sazonais

Todos os anos quando se aproxima o fim do mês de outubro, em alguns lugares no mundo, especialmente nos Estados Unidos e mais recentemente também no Brasil é espantoso ver o quanto as pessoas gastam em fantasias e produtos ligados ao que chamam de festa de Halloween. Bolachas, refrigerantes, alimentos, roupas, máscaras, fantasias, entre outros, sem contar as toneladas de abóbora que são usadas e jogadas no lixo, ou que apodrecem nas ruas e calçadas. O Halloween é um evento que movimenta milhões de dólares nos EUA anualmente. A Comemoração do Dia das Bruxas originou-se entre os celtas, povo que habitava a região da Irlanda e a Grã-Bretanha.

Os celtas acreditavam que na noite de 31 de outubro as leis do tempo e do espaço eram suspensas. Nesta data comemorava-se o ano novo dos feiticeiros. Por causa disto, os espíritos vagavam soltos e os mortos visitavam seus antigos lares para exigirem comida. Havia também no fim de outubro o festival da colheita, conhecido como “Samhain”, também chamado de “O Senhor dos mortos”, onde se faziam grandes fogueiras para assustar os espíritos. Para que estes fossem embora, as pessoas saiam pelas ruas carregando velas acesas e nabos esculpidos com rostos humanos, vestidos de modo mais assustador possível. Faziam também muito barulho.

Nos Estados Unidos o Halloween chegou no século 19, e o nabo foi substituído pela abóbora, fruto mais comum que o nabo. Tanto o nabo quanto a abóbora são símbolos de imortalidade e juntando-se ao preto que significa a morte em muitas culturas, fazem o par perfeito para o ritualismo macabro e demoníaco. Na década de 20 a antiga tradição virou brincadeira e hoje é uma das principais festas do país. Crianças saem fantasiadas pelas ruas batendo nas portas, dizendo “trick or treat” literalmente travessuras ou bons tratos, para ganhar doces, tudo isto nos dia das bruxas.

Dia das bruxas? Vejamos: As bruxas modernas tendem a se referir a sua religião como wicca, a forma feminina de wicce – do inglês antigo, que significa witch – bruxa. Tanto os seguidores do sexo masculino quanto do feminino são conhecidos como bruxas e bruxos, embora o culto seja decididamente matriarcal, onde a suprema sacerdotisa de cada convenção é vista como a personificação – em alguns ritos, até mesmo como encarnação – da grande mãe deusa, que é a divindade principal do movimento. Os maiores festivais da bruxaria moderna são sazonais.

Marcam o equinócio da primavera em 21 de março, Beltane em 30 de abril, o solstício de verão em 22 de junho, Lammastide em 1º de agosto, o equinócio de outono em 21 de setembro, o Halloween em 31 de outubro, o solstício de inverno em 21 de dezembro e Candlemas em 2 de fevereiro. O culto e as atividades da bruxaria são essencialmente atribuídos às mulheres.

Algumas bruxas trabalham vestidas com manto, outras ‘vestidas’ pelo céu – isto é nuas – e outras das duas maneiras, dependendo das condições meteorológicas. Apesar dos aspectos de fertilidade do culto, há pouco sentido sexual na nudez, que é adotada por causa da crença das bruxas que as roupas interferem na emanação da energia pessoal. Atribuem-se as bruxas evocar os ‘poderosos’, os soberanos, e os elementais da Terra, do Ar, do Fogo e da Água. Fazem parte das cerimônias os ritos de possessão mediúnica de muitas religiões xamânicas. É certo que na inquisição católica, mulheres velhas, solitárias e as parteiras, entre outras eram acusadas de bruxaria, e por isso foram queimadas e torturadas simplesmente porque eram denunciadas por seus vizinhos com quem não tinham um bom relacionamento.

Ou seja, o Halloween, não passa de um culto aos demônios. Pais, sem o saber, levam seus filhos para este culto, realidade que vem se intensificando no Brasil a cada ano que passa. Um dos focos são as escolas de inglês, que incentivam seus alunos a participarem das tais “festividades”. Empresas e comunidades, entre outros, promovem o Halloween no Brasil, e é cada vez mais comum ouvirmos nas ruas frases como “feliz halloween!”. Mas como pode ser feliz um procedimento que vem do inferno?

Nos EUA o evento é cercado de pompa e circunstância, e por anos seguidos o que se vê são personalidades e autoridades envolvidas nas celebrações do Halloween. As fantasias são diferentes a cada ano. Não é possível mensurar o faturamento total do Halloween nos EUA, mas presume-se que seja altíssimo, uma vez que não se pagam direitos autorais e nem royalties sobre o nome e marca. Ainda nos EUA, o faturamento da festividade de Halloween fatura é superior ao da Páscoa.

Participar do halloween é brincar com uma serpente venenosa ou ainda mexer com fogo. Quem sabe do real perigo de se envolver com práticas escusas certamente vai fazer de tudo para evitar tais coisas. Este artigo não vai certamente suprir a necessidade de informação a respeito da pretensa “festa”, mas creio que servirá para elucidar e avisar do perigo. Há de se ficar certamente chocado por ver que rituais pagãos da antiguidade ainda hoje influenciam a vida de muitos.

O grande problema é que o Halloween é tomado por uma festa, quando na realidade é uma aviltante afronta a fé cristã, enquanto que o Evangelho é claro, objetivo, direto e trata de salvar o homem perdido, tais rituais jogam o homem na mais profunda escravidão e escuridade. O halloween é pesado, soturno e sorumbático, carregado da atmosfera do inferno, assustando ao mesmo tempo em que quer fazer parecer que é uma inocente e pueril brincadeira. E de novo os órgãos de imprensa se prestam a divulgar o evento dando a ele um viso cultural, quando na realidade é um cerimonial funesto, cujo fim será uma humanidade abatida espiritualmente e carente da Graça e da misericórdia divinas.

Caros pai e mãe, jovem e adulto, pelo amor de Jesus Cristo, abominem rituais como este. Não devemos nos esquecer de que o halloween é um ritual de bruxas e de bruxarias, de demônios e de espíritos malignos. Participar é estar em conluio com tudo isto. Contudo o apelo para que participemos de tais atividades é intenso, lembro-me da minha infância e adolescência, quando na escola era compelido a participar das festas juninas, e meu falecido pai jamais permitiu que eu e meus irmãos tomássemos parte daqueles rituais. Ele explicava a cada ano e pela graça de Deus, não participar foi uma das grandes bênçãos da minha vida. Agradeço ao meu pai, por ter me preservado daquilo. Hoje o nosso papel é o mesmo. E cabe a nós alertarmos os nossos filhos, nossos amigos, lembrando-lhes de que Deus abomina os feiticeiros e todos aqueles que participam de tais rituais – Apocalipse 22.15.

Trago ainda à nossa memória de que aquilo que (supostamente) é bom para os EUA, necessariamente não é recomendado para nós brasileiros. Que Deus nos ajude a discernir e pelo poder da Sua Palavra nos livrar destas imposturas do nosso inimigo. Aviltamento. Isto é halloween! Não devemos nos esquecer que o halloween é um cerimonial dedicado aos mortos, e convém lembrar que nós somos vivos. Vivos, pelo poder glorioso e restaurador do sangue do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!

Todos direitos reservados ao autor

Escrevi este artigo em 2004 e vejo que a coisa piorou desde então, daí, torno a republicá-lo aqui neste espaço.

Jehozadak Pereira

Madrugada de insônia e ao abrir a caixa de e-mails lá está mais um dos tantos que recebo com críticas ásperas e às vezes inconseqüentes.

O cidadão que se diz pastor escreveu o seguinte – “Caro, sou pastor evangélico e devo confessar que fiquei muito espantado com a postura de sua página, não apenas suas opiniões e a forma como foi exposta, mas também a sua reação para com pessoas que ainda não são cristãos. Mais espantado ainda fiquei ao ver que seu site é hospedado por um outro site evangélico. Me diga: Qual a sua igreja, onde costuma congregar? Gostaria mesmo de ter algum contato com sua igreja e entender o motivo de tanta fúria”.

É mais um dos tantos ofendidos pelos meus escritos. Outro dia recebi um e-mail de um outro que resolvia me desancar – “E quem é esse tal de Jehozadak que se auto-intitula a VOZ DA VERDADE. É mais um desses que se opõe a tudo e a todos com supostas pretensões, mas esconde, na verdade, um desejo insano e ardente de aparecer, ser notado, iluminado pelos holofotes da fama? Espero que não tenha um fim como o de muitos outros que seguiram nessa linha: envolvimento em escândalos morais e financeiros”.

Quem mandou o segundo e-mail colocou o artigo Crentes que xingam, numa lista de discussões e diante da minha resposta ele ficou “consternado”.

A cantilena é sempre a mesma – você nem parece cristão, quer aparecer, isto não é verdade, etc, etc.

Procuro viver o Evangelho como ele tem de ser vivido, sem falsidades ou buscando agradar este ou aquele segmento, e tenho aprendido na minha vida que, quando se fala a verdade que as pessoas não estão acostumadas a ouvir, há reações como a destes dois acima.

Se para um eu causei “espanto”, para outro um “desejo ardente e insano de aparecer”.

E os que querem explicações para as coisas que escrevo? Entulham-me com mensagens e mais mensagens, como se a minha opinião não estivesse evidente e patente. Agora deram até para implicar com o lugar onde hospedo o meu site? Onde é que devo hospedá-lo?

Fora os que se dizendo com “muita influência”, vão falar mal de mim, para os “influenciáveis” para me desprezarem.

Acho que é por isso que estou com insônia…

O que choca gente como estes aí e outros tantos? É repercutir nos meus artigos posturas dúbias de pastores e líderes que se beneficiam de dinheiro de campanhas políticas, de gente que ganha para apoiar candidatos, mas não fala isto para ninguém, e depois vem querer impor a mesma postura a toda a coletividade cristã?

Ou ainda de quem tem um pé no misticismo de O Senhor dos Anéis e em alguns dos escritos esotéricos e contaminados de C. S. Lewis e consegue ali, apesar de os textos dos próprios livros dizerem exatamente o contrário? De gente que discorda na teologia não aceitando determinadas passagens bíblicas, mas aceitando de pronto o esoterismo?

Ou ainda quem quer ver e aceitar que na vida do cristão há maldição, quando a Bíblia diz que não há? Ou o que choca e “espanta” alguns é a verdade?

Talvez estes estejam acostumados a praticar um evangelho barato e vagabundo das conveniências e das contextualizações, e quando alguém – não sou o único – fala as verdades, há o espanto como o destes ai.

É gente mofina e distante da pureza do Evangelho verdadeiro, só assim posso entender algumas mentes.

Infelizmente!

Copyright©2004 – todos os direitos reservados ao autor – março/2004.

Jehozadak Pereira

Anos atrás quando escrevia para um jornal em São Paulo, criticava a tudo e a todos. Especialmente políticos e autoridades. Somente uma vez um deles estressou, mandou uma carta para o jornal, ameaçou me processar e recuou. O motivo?

O irmão deste político havia se candidatado ao cargo de vereador, e na sua propaganda enviada por mala direta, ele dizia que aquilo tudo estava sendo pago pelos amigos, correligionários e incentivadores da campanha.

Num dos meus textos eu usei de ironia com aquilo tudo, e disse que se dependesse dos amigos, correligionários e incentivadores da campanha, o nosso bom candidato não teria votos sequer para se eleger juiz de paz.

O parlamentar ficou apoplético, nervoso, irritado, e soube depois que queria me dar uma surra. Abertas às urnas, a minha previsão se concretizou. A votação foi pífia.

Recentemente tenho criticado a devoção que muitos dos nossos irmãos em Cristo tem por J. R. R. Tolkien e sua obra – no bom sentido, claro – pagã, especialmente O Senhor dos Anéis.

Isto tem me trazido alguns dissabores, como ouvir desaforos e xingamentos, além de estar em listas e listas e fóruns de discussão, onde invariavelmente sou destratado a exaustão.

Tempos atrás escrevi o artigo Tolkien e os meninos mimados, onde entre estas coisas repercuti a critica que Fernando Passarelli, crítico de cinema da seção Diversão & Arte do http://www.bibliaworldnet.com.br, fez para o filme As Duas Torres.

Meses depois sou surpreendido por um e-mail do Fernando Passarelli, cujo transcrição está abaixo:

From: “ferpanet” <ferpanet@uol.com.br>

To: “edson” <edson@estudosbiblicos.com>

Sent: Thursday, September 23, 2004 12:18 AM

Subject: [spam] AÇÃO NA JUSTIÇA

Aos cuidados do sr.

Edson Kawano

responsável pelo site www.evangelicos.com

Informo que encontrei no referido site, citações à minha

pessoa, tecidas pelo sr. Jehozadak A Pereira, na URL abaixo :

www.evangelicos.com/artigos/jehozadakap22.shtml

Solicito que essas citações sejam removidas ou estarei

acionando judicialmente o autor do texto, a partir desta

data, e o site como co-autor das ofensas, tendo em vista sua

veiculação. Como bem explica a lei de imprensa, o outro lado

de uma informação deve ser ouvido sempre que citado.

No aguardo de sua manifestação

Fernando Passarelli

Fiquei imaginando em que calo de Passarelli eu pisei, ou se pisei em todos eles de uma vez só. Deixei o Edson Kawano à vontade para retirar do ar o texto, mas resolvi colocá-lo no Destaque aqui.

Muito engraçado este crítico, que não aceita critica. O que fiz foi notar no texto as loas e elogios que Passarelli fez do filme As Duas Torres, talvez ele tenha ficado aborrecido por ter exposto a devoção dele a Tolkien e sua obra – sem nenhum sentido fisiológico – pagã.

Espanto maior ainda é que ele encontra guarida num site sério como o http://www.bibliaworldnet.com.br, fazendo apologia de paganismo e coisas demoníacas. Ser processado por Passarelli, será a prova de a devoção de alguns não tem limites.

Uma pena. Pena mesmo.

O Senhor dos Anéis e as Duas Torres – Os filmes

Postado por Gustavo D. – quinta-feira, 02 de janeiro de 2003 – 08:10 am:

Acho realmente tudo isso ridículo. Não sei se Jehozadak sabe, mas Tolkien era cristão fervoroso, defensor da moral e dos bons costumes. Dizem que não ouvia rádio nem assistia televisão, enfim, um padrão de comportamento. Como uma pessoa com estas credenciais poderia escrever “heresias”? É tudo fantasia, nada disso exerce influências negativas. Talvez apenas aos desequilibrados.

A mensagem acima foi postada no fórum principal do http://www.evangelicos.com, onde estão publicados muitos dos meus textos e onde há espaço aberto para os comentários dos leitores. Logicamente não me irrito ou me aborreço com aqueles que fazem comentários me criticando ou xingando. Mas um outro dia eu recebi um e-mail de um dos muitos devotos de Tolkien, perguntando-me porque eu os irritava tanto com as minhas críticas e “insistência” em mostrar comprometimentos, onde, segundo o bravo devoto não há comprometimentos.

Deixei para lá. Tratar com fanáticos é complicado. Tratar com gente adulta que se parece com meninos mimados é pior ainda. Eles sapateiam, rangem os dentes, mugem a grande, mas não conseguem escapar de uma realidade: em Tolkien, há sim comprometimentos espirituais em larga escala.

Há uma grande desinformação de quem foi Tolkien. Alguns o consideram – como Gustavo D – um cristão. Biblicamente um cristão é todo aquele que está devidamente imbuído dos princípios do genuíno Evangelho de Jesus Cristo. Os princípios são; regeneração – transformação de vida; adoração única e exclusiva ao Senhor e verdadeiro Deus. Regeneração significa mudança de vida associada com santificação. Dizer que um católico devoto – com todos os seus comprometimentos idólatras é um cristão, é no mínimo temerário e denota ignorância das Escrituras.

Deus não comunga com ídolos. Ao contrário, condena a idolatria. Ao que parece Tolkien era um idólatra. Tolkien foi um católico devoto, apaixonado pelo santíssimo sacramento influenciado que foi pela sua mãe – Mabel Tolkien. Tolkien era ligado por gratidão ao padre Francis que o levou a converter-se ao catolicismo, incutindo nele – Tolkien – a necessidade de seguir a devoção de Mabel a Roma e ao papa.

Nada ao longo da vida de Tolkien o fez perder a fé na igreja católica. Edith a mulher de Tolkien não gostava de confissão e não compreendia direito o alívio espiritual que Tolkien e outros católicos devotos diziam sentir.

Mesmo sendo um católico devoto, Tolkien tinha a sua mente voltada para o mundo místico e fantástico. Uma das suas leituras aos sete anos de idade foi Red Fairy Book – Livro vermelho de fadas – e por causa das muitas influências que recebeu ao longo da vida, Tolkien baseado em antigas tradições mitológicas descreve um mundo sem cristandade – o que derruba por terra o argumento de muitos de que há relação entre os demônios de Tolkien e o Evangelho.

A Terra Média, criada por Tolkien é um mundo imerso em magia e inteiramente intocado por qualquer forma de cristianismo. O contraste com o Evangelho, é que enquanto Tolkien fala de uma “terra-média” a Bíblia diz de uma Terra Prometida. Em palestras em Oxford, onde dava aulas sobre Literatura Medieval, alunos consideravam Tolkien “louco varrido”, porque abandonava o tema das suas palestras e se punha a falar de duendes e elfos.

Além de escritor prolífico Tolkien era pintor de aquarelas com figuras de dragões, fortemente influenciado pelo amor infantil que sentia pelo Livro Vermelho de Fadas.

Tolkien renegou ao longo de toda a sua vida qualquer influência oculta ou escamoteada na sua obra. Contudo, seus personagens vivem num mundo onde a magia é real e palpável. W. H. Auden, amigo e patrocinador de Tolkien afirmou que As crenças não declaradas de O Senhor dos Anéis são cristãs. Em meio as milhões de palavras de Tolkien sobre a Terra-Média, não aparece uma única vez sequer a palavra Deus. Tolkien se irritava sobremaneira quando lhe perguntavam se o seu mundo mitológico era alegórico. Resta então saber que tipo de crenças cristãs são estas que estão ao lado e em conluio com elfos, anões duendes, demônios, feiticeiros, magos?

O mundo de Tolkien é um mundo pagão, sem Deus e desprovido de qualquer tipo de luz divina, embora seus devotos afirmem o contrário.

C. S. Lewis um dos melhores amigos de Tolkien – amizade que com o passar dos anos esvaiu-se – era um agnóstico, provocou o desapontamento de Tolkien a quem considerava um devoto cristão – e ainda por cima católico, mais ainda, um quase fundamentalista católico – por aproximar-se do protestantismo e deixar de lado o catolicismo, que Tolkien desprezava. A opção de Lewis pelo protestantismo desapontou profundamente Tolkien.

Nada há contra os católicos, mas as suas práticas estão muito longe das práticas de um cristão verdadeiro – aquele que se parece com Cristo, a palavra de Deus é que julga a todos.

Igualmente nada há contra quem quer ser devoto de Tolkien. Cada um crê no que quer. Mas aqueles que se dizem convertidos e que devotam paixão por Tolkien e seus escritos devem rever a sua fé, ou melhor, a sua convicção pessoal de salvação.

Mesmo no nosso meio há alguns lugares onde a devoção a Tolkien é exacerbada. Um destes lugares é o site http://www.uol.com.br/bibliaworld, primeiro com Marcelo Gióia Oliveira e agora com Fernando Passarelli. Passarelli exacerbou na pajelança que fez do filme As Duas Torres – recentemente lançado – e que é a continuação de O Senhor dos Anéis. Ao babar e derramar-se em elogios e loas ao filme e a obra de Tolkien, Passarelli causa enjôo e deixa perplexo na crítica As duas torres – quem encara o pecado? A peroração do crítico talvez ficasse melhor num site secular, voltado para as coisas mundanas, nunca num site voltado para o público cristão.

Que Passarelli queira ser devoto de Tolkien que o faça com seus próprios argumentos e palavras e não use as Sagradas Escrituras para torcer o seu (mau) gosto pessoal, querendo fazer pensar a qualquer incauto, se é que há incautos – que na obra de Tolkien há qualquer semelhança ou um pequeno vislumbre que seja que se aproxime do Evangelho, e nem que busque distorcer as santas verdades bíblicas com as mazelas malditas de Tolkien.

O mais perto que Tolkien chegou do Evangelho foi a sua devoção ao catolicismo, devoção que carregou até o final da vida. Dizer o contrário é dar pérolas aos porcos. Ou querer enganar-se com argumentos fracos e inconsistentes.

Para os devotos de Tolkien falar contra as obras do professor como era chamado é querer ver o mal em tudo. Nem de ser legalista, xiita, fundamentalista ou o que queiram chamar, pois sou liberal nas minhas preferências, e como disse no início é só ler Tolkien para ver que na sua narrativa não há nada de espiritual, ao contrário é possível encontrar duendes, feiticeiros, magos, elfos, demônios, anões e todo o tipo de lixo espiritual. Como corroborar, ou melhor, como conjugar tudo isto com a Bíblia? Qualquer coisa distante disto é balela, enganação, tapeação, ou como queiram gosto pessoal deturpado, que não fica bem em quem se diz cristão.

Resta saber se estes que se dizem cristãos professam o Cristo vivo, ou se são “cristãos” como Tolkien foi? A mim me parece que eles são mais que meninos mimados a ranger os dentes quando contrariados quando perdem o doce que estão comendo.

De que adianta não assistir televisão ou mesmo defender a moral e os bons costumes e escrever livros repletos de misticismo e ocultismo? Devotos como Gustavo D confundem estes princípios morais inerentes a qualquer cidadão cumpridor dos seus deveres com qualidades de um verdadeiro cristão, que ao que parece não era o caso de Tolkien.

Cada um vê o que quer ver, inclusive cristianismo nas obras de Tolkien.

Copyright©2003 – todos os direitos reservados ao http://www.jehozadakpereira.com – agosto/2003.

Jehozadak Pereira

Kurt Bruner e Jim Ware – os Contorcionistas
João 8.44

Incrível como algumas pessoas tendem a colocar Deus nas suas paixões. Um dos maiores problemas do cristão hoje em dia, é espiritualizar as coisas ou mesmo seus gostos pessoais. Um exemplo disto é o livro Encontrando Deus em o Senhor dos Anéis – Bompastor – 2002 – Vida espiritual/Inspiração.

Este é um daqueles livrinhos irritantes e pretensiosos, cuja única finalidade é dar um lustro espiritual ao gosto deturpado dos seus autores. O livrinho causa asco e é um exercício de contorcionismo explícito, são daqueles arrazoados que buscam atrair outros para as predileções dos escritores. Não creio que um cristão comprometido com o reino de Deus se submeta à fraca argumentação de Bruner e Ware.

Os autores começam discorrendo sobre a fé cristã de Tolkien para justificar o injustificável. Mas que trajetória cristã é esta? Recentemente foi lançada no Brasil Tolkien uma biografia de Michael White, e é lá que vamos ver juntos qual era a fé cristã de Tolkien. “Na velhice, Tolkien afirmou que fora inspirado pelo catolicismo pouco antes da morte da mãe”. “Eu me apaixonei pelo Santíssimo Sacramento desde o início – e pela misericórdia divina jamais tornei a me afastar”. “… dessa época em diante, ele passou a ser um católico devoto,…”. “… mas não perdeu a fé na Igreja Católica…”.

Para quem não entendeu, Tolkien era um católico apostólico romano convicto, convicção que permaneceu até a sua morte, e é chamado de cristão, pelos autores. Ao que eu saiba, cristão é o seguidor de Jesus Cristo. É o que se parece com Cristo, é o que não se curva diante de imagens e nem de ídolos. É isto ou não? Ao que parece o cristianismo de Tolkien era deste último, se é que se pode chamar de cristão quem se curva diante de imagens e ídolos.

Mas, indo ao que realmente interessa, vamos encontrar autores preocupados em buscar na palavra de Deus razões que justifiquem suas predileções pelo mundo místico de J. R. R. Tolkien. Começam agredindo, quando citam que “Na verdade, muitos cristãos irredutíveis em sua linha de pensamento hesitam em aceitar uma obra criativa que inclui figuras míticas, anéis mágicos e temas sobrenaturais. Isto é lamentável porque as verdades transcendentes do Cristianismo fervilham por toda esta história,…”. Posso pensar e não me envergonho disto de que segundo os autores faço parte dos muitos cristãos irredutíveis que não se deixam levar pelos encantos dos anéis malditos e amaldiçoados de Tolkien.

Os autores afirmam que “Os Evangelhos contêm um conto de fadas, ou uma história de uma classe maior que abarca toda a essência dos contos de fada. Contêm muitas maravilhas, principalmente artísticas, belas e comoventes: ‘míticas’ em seu significado perfeito e completo (…). Deus é o Senhor dos anjos, dos homens – e dos elfos”. Quanto a primeira parte, concordamos que Deus é realmente o Senhor, mas de elfos? Fico pensando se estes dois vigaristas da fé leram de fato a Bíblia Sagrada e inerrante?

O que são elfos?
”Divindades aéreas de origem nórdica, amantes de danças noturnas nos prados, e que parecem convidar os humanos para unirem-se a elas, mas que na realidade trazem-lhe a morte. São os espíritos do ar, porém saídos da terra e das águas, deslumbrantes, caprichosos, pequeninos, flutuantes, vaporosos, temíveis. Simbolizam as forças etonianas e noturnas, que provocam pavores mortais, sobretudo nos adolescentes. Pois ao contrário dos adultos, menos perspicazes menos sensíveis ao imaginário, ao imperceptível e que por isso nada percebem, os adolescentes conseguem discernir o elfos na bruma. Estes entes são como as emanações confusas das paixões nascentes e dos primeiros sonhos de amor. Fascinam e enfeitiçam os jovens corações e as imaginações ingênuas. De noite que os elfos saem com suas vestes úmidas na fimbria e sobre os nenúfares arrastam seus pares mortos de fadiga’. A dama branca é a rainha dos elfos. Certos intérpretes consideram as rondas dos elfos como condensados energéticos, que imergem do universo: daí seu poder de fascínio e seu poder de fazer atravessar as portas que separam os três níveis do universo principalmente o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Eles agem sobre a imaginação exaltando-a através dos sonhos e aparições, e arrasta em sua dança o ser seduzido por sua beleza. Simbolizam as forças inconscientes do desejo, e metamorfoseada em cativantes imagens, cuja poderosa atração tende inibir o autocontrole e a capacidade de discernimento”.

Na sua ânsia de corroborar os escritos de Tolkien, e buscando dar o viso eles inserem versículos bíblicos fora de contexto. Para tentar alcançar o seu objetivo – de mostrar que Deus se faz presente em O Senhor dos Anéis – os autores contam uma lorota.

No seu anseio de tornar uma história pagã, mundana, mística e esotérica em verdade divina os autores do livrinho se saem com mais esta pérola – “Compare o exemplo de Frodo Bolseiro com o que se tornou o mantra de nossa geração. Desde gurus da Nova Era e psicólogos famosos a músicas que estão na parada de sucessos e filmes que fazem sucesso, as mensagens que recebemos acompanham a mesma melodia básica – dê ouvidos aos seus sentimentos. Olhe para dentro de si para encontrar as respostas. Siga o seu coração. Converse com a sua própria consciência superior”.

Não posso me furtar de perguntar de qual geração os autores estão falando? Qual geração de cristãos verdadeiros que recitam um mantra? Para quem não sabe mantra no tantrismo, é a fórmula encantatória que tem o poder de materializar a divindade invocada.

Você, amigo ministro do Evangelho já recitou o seu “mantra” hoje? Certamente a sua resposta será a mesma minha – arreda satanás com os seus mantras daqui! Na minha Bíblia, eu encontro acerca de uma esperança inaudita – Tito 2.12-14, no livrinho de Bruner e Ware, a esperança é um duende chamado Tom Bombadil – senhor das águas, da floresta e das colinas. E tome versículo em cima. O mesmo Bombadil que demonstra amor e graça em forma de pão, carne, cerveja e camas macias.

Os autores dizem que Pedro era confuso e não sabia o que estava fazendo, que o nosso Pedro “sofria da falta de visão que confunde a glória, o milagre, a alegria, a inspiração, o prazer ou o simples bem-estar de uma parada ao longo do caminho com o fim da jornada”. Talvez se Pedro tivesse na companhia de Frodo Bolseiro e Sam Gamgi, ele não ficasse confuso.

Mas eles conseguem se superar no festival de bobagens que escrevem sobre diversos personagens bíblicos: Que Abraão era um velho nômade sem esperança de ter filhos. Ao afirmar que Abraão era um velho nômade, os autores querem fazer pensar que Abraão era um andarilho errante e sem destino, não é o que nos diz a Bíblia – Gênesis 12.1-2 “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!”. Não há nada de nômade em Abrão. Ele estava estabelecido e era um cidadão respeitado no seu lugar. Mas ao sair atendendo uma ordem do Senhor, o fez com a promessa de que seria pai de uma grande nação.

Tem mais. Para Bruner e Ware, José era um menino detestável e mimado. A Bíblia, diz que Jacó amava José e que isto despertou ciúmes e ódio dos seus irmãos – Gênesis 37.4.
Moisés gaguejava quando ficava nervoso. Davi era uma criança, e finalmente eles se superaram ao afirmar que os doze discípulos de Jesus faziam parte da escória da sociedade. Leram direito? Isto mesmo escória da sociedade.

Não é possível aceitar tal afirmação de Bruner e Ware. Basta uma rápida leitura em qualquer dos Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João, para ver que os discípulos jamais foram escória. Talvez o parâmetro moral que os autores do livrinho adotem seja o da Terra Média, cuja descrição é feita pelo católico romano Tolkien. Mas os autores do livrinho encerram com chave de ouro as baboseiras sobre alguns personagens bíblicos ao dizer que a trajetória cristã de Paulo foi uma aventura.

Querem mais acintes e baboseiras? Então leiam esta: “Muitos cristãos no início do terceiro milênio se sentem como se tivessem muita coisa em comum com os Elfos no final da Terceira Era da Terra-média. Nosso mundo está mudando para pior. Muitas coisas que são boas estão desaparecendo; na verdade, muitas há muito já se foram. O manto do mal está se espalhando, se erguendo e engolindo tudo. A era pós-cristã chegou e estabeleceu um lugar permanente. Sem dúvida, restam poucos gestos de sanidade e bondade, uma Valfenda aqui, uma Lothlórien ali, mas logo esses também serão banidos”.

Quem são os cristãos a que se referem Bruner e Ware? Será que é gente da laia deles? Ou eles estão medindo todos pelo metro deles? Na sua busca insana de exaltar os demônios criados por Tolkien, Bruner e Ware jogam todos na vala comum da idolatria e do misticismo presente em O Senhor dos Anéis.

Estes dois gigolôs de Tolkien, que tentam convencer a todos que não conhecem o enredo dos livros com sua conversinha fiada, ainda se prestam ao papel de dizerem no final do livro que “Gostaram. Esta tentativa de compilar uma série de ‘reflexões cristãs’ sobre O Senhor dos Anéis, foi para nós, um exercício de pura alegria e enriquecimento espiritual e pessoal”. “Kurt e eu escrevemos este livro de um ponto de vista distintivamente cristão. É possível que os leitores que não gostem desta perspectiva aleguem que simplesmente impusemos nossas próprias tendências e crenças no texto épico de Tolkien. É uma acusação grave que merece uma resposta cuidadosa. Por outro lado, é provável que haja aqueles que compartilhem de nossas convicções cristãs, mas achem impossível concordar que algo puro, santo e de valor espiritual verdadeiro possa ser encontrado em uma história repleta de elfos, anões, gnomos, hobbits, magos, demônios no fogo e todos os tipos de seres estranhos e mágicos. O que dizer a eles?”.

Aí eles dizem que Tolkien já o disse, e disse que este – o mundo da Terra-Média – é o reino da fantasia.

Fico deveras intrigado com pessoas como os autores deste livrinho, que se dizendo cristãos; se prestam a este papel ridículo e intolerante de tentar legitimar uma obra das trevas, repleta de elfos, gnomos e afins, como eles mesmo o dizem, comparando-a com a santa e gloriosa palavra de Deus.

É inconcebível que crentes se curvem diante de todo tipo de personagens das trevas. Mas o que fazer? Só resta orar por eles. Já me acostumei a ser taxado de louco por contestar estas coisas. Mas antes ser louco por Deus do que por Tolkien.

Na Bíblia eu encontro esperança, encontro consolo, encontro repreensão e ao mesmo tempo conforto. Em Tolkien não encontro nada disto, só escuridade e confusão. Que Tolkien foi um literato prolífico, não há dúvida alguma disto, mas querer que isto se pareça e esteja no mesmo patamar que o Evangelho é o fim da picada. Felizmente como os autores do livrinho disseram há quem não concorde com o ponto de vista deles, e certamente somos muitos – uma multidão a não concordar com eles.

É necessário que levantemos nossas vozes a lhes dizer que se sequer existisse a possibilidade de que Deus pudesse ser encontrado em O Senhor dos Anéis, este encontro deixou de ser realizado, apesar do exercício de contorcionismo explícito de Kurt Bruner e Jim Ware.

Este barateamento da graça inaudita que os autores deste livrinho ruim, reles e ordinário fizeram tem de ser repudiado. A maravilhosa graça do Salvador não pode e não deve nunca ser jogada no mesmo chão imundo onde é o lugar dos demônios de O Senhor dos Anéis.

Creio que o tom definitivo desta questão envolvendo as histórias de Tolkien e o cristianismo foi dado por Michael White, autor da biografia já citada acima, que disse o seguinte: “… a Terra-Média é um mundo imerso em magia e inteiramente intocado por qualquer forma de cristianismo”.

Pois é este mundo infestado de magia, de demônios e seres míticos, que alguns querem fazer parecer com o cristianismo.

Aos adeptos de Tolkien, eles precisam se converter ao verdadeiro Senhor da história – Jesus Cristo!

Copyright©2003 – todos os direitos reservados – agosto/2003

De quem é a culpa de jovens aparentemente dóceis se transformarem em assassinos? Se formos remontar a cada uma destas histórias vamos encontrar toda sorte de coisas que aconteceram dentro das casas de cada um.

Tempos atrás eu conversei longamente com um jovem de quinze anos de idade. Durante toda a conversa ele olhou para o chão. Poucas vezes me encarou. O nosso bate-papo girou em torno de família, profissão, igreja, conversão, etc. Em determinada altura, eu lhe perguntei quais eram as suas perspectivas de vida futura.

Surpreendentemente ele me respondeu que nenhuma, e continuou dizendo que embora não sabendo o que fazer, ele não queria ser igual ao seu pai e sua mãe. Curioso, eu indaguei dele o porque.

Como que se tivesse provocado uma reação química, ou explosiva, o rapaz desandou a falar, e contou-me coisas espantosas. Disse das práticas do seu pai e dos costumes da sua mãe. Falou da falta de compromisso com Deus de seu pai. Disse que o pai na igreja era uma coisa e em casa, outra. Contou que sua mãe, que era líder das senhoras na igreja, em casa era uma insana, segundo as suas palavras. Brigava o tempo todo, falava da vida de todo mundo, e não suportava a vida doméstica.

Do pai, falou da personalidade fraca e confusa, das crises de depressão por causa do sucesso dos tios, e amigos, da instabilidade profissional, e de uma série de outras coisas.

Fiquei pasmo diante do desabafo do jovem. Ele queria ser tudo, menos igual ao pai e a mãe. Aquela conversa não me saiu da cabeça por um bom tempo. De que forma e modo eu poderia interagir com aquele jovem? Ou mesmo com aqueles pais? Pus-me então, a observar ao meu redor o quanto às pessoas, especialmente certos pais disfarçam seus comportamentos em público. Pais que em casa junto com a família tem uma postura e na sociedade uma outra completamente diferente.

Personalidades fracas, casamentos fracassados, palavras dúbias, mentiras, ciúmes, falsidade, uma prática cristã vivida de qualquer modo, falta de compromisso com as coisas de Deus, tratamento áspero com cônjuges e filhos.

Certa vez, eu fui à cadeia de Cuiabá com um amigo advogado. Lá pelas tantas, um grupo de evangélicos chegou para o culto dominical. Conversando com o capitão responsável pela guarda ele afirmou que havia lá dentro um grupo de mais de cem crentes. A imensa maioria deles filhos de pais crentes, e que haviam enveredado pelo crime, como uma forma de escapar da vida em que seus pais levavam.

Outro dia eu li um livro, onde o autor afirma, que sua igreja faz um trabalho de atendimento a mendigos, bêbados e pessoas que vivem como indigentes, e para espanto deles grande parte destas pessoas são de desviados ou filhos de crentes.

Filhos que esperavam de seus pais alento, carinho, atenção, mas que não tendo nada disto foram buscar estas coisas em outros lugares e acabaram nas sarjetas ou nas cadeias da vida. E aqueles que por falta de coragem não enveredam pelos caminhos maus, mas que não querem jamais saber do Evangelho?

Há pais tão confusos, que jamais sabem o que fazer diante de determinadas situações. Pais que permitem que seus filhos briguem entre si, e acham que isto é normal, e o que é pior – às vezes até incentivam tais comportamentos. Não sabem que contribuem para que seus filhos cresçam sem limite algum. Se brigarem com seus irmãos, vão certamente brigar com todos pela vida afora, e vão sempre achar que é a coisa mais normal do mundo.

Serão eternas vítimas de pais confusos. Por conta desta confusão muitos filhos fazem dos seus pais reféns e escravos das suas vontades. Uma vez uma mãe veio conversar comigo dizendo que apanhava da sua filha. Aquela mãe não me parecia tão velha, embora aparentasse sofrimento e pesar nas suas atitudes. Indaguei sobre a idade da filha – catorze anos – e ela era agredida desde que a menina tinha dez anos. E as agressões eram cada vez mais constantes e ela já não sabia o que fazer. Denunciar a menina? Reagir? Mandar para a casa de parentes? Ela não sabia o que fazer, o que a tinha assustado ainda mais, era que a caçula de nove anos, dias antes, havia tomado a mesma atitude da irmã mais velha e a agredido também.

Esta rotina – de pais agredidos – por filhos é uma constante e acontece com uma freqüência além do que pensamos ou imaginamos. Perguntei então a mãe agredida como havia sido a infância da sua filha. Possessiva. A menina era extremamente possessiva com as suas coisas. No seu relato ela dizia que já aos três anos de idade a menina tinha crises de choro e se jogava no chão cada vez que era contrariada.

Se não gostava da comida, jogava o prato no chão. Se os pais estavam assistindo determinado programa de televisão que ela não gostava, simplesmente ela mudava de canal e se houvesse reação, certamente ela quebraria o controle remoto, ou o que estivesse ao alcance da sua mão.

Há um outro componente importante nesta história toda. Quantos filhos fazem igual com seus pais, e estes complacentemente aceitam tais comportamentos.

Filhos hoje se tornaram tiranetes que não hesitam em partir para o confronto com seus pais ao menor sinal de contrariedade. Filhos possessivos, que se tornam agressivos. Uma das teorias perversas é a de que filhos não devem ser castigados fisicamente. A psicologia introjetou na mente da humanidade de que, se uma criança for corrigida ela vai ficar traumatizada e com seqüelas pelo resto da vida.

É só ver o quanto de crianças, jovens e adolescentes que vão aos psicanalistas para fazer análise e tentar com isto corrigir os seus desvios de personalidade. Crianças egoístas, prepotentes, antipáticas, irascíveis, insolentes, caprichosas, desobedientes, que jamais aceitam um não como resposta, e que exigem dos seus pais que cada vontade sua seja cumprida a risca.

É só ver os motivos pelos quais Suzane von Richthofen tramou a morte dos seus pais. Contrariada porque eles proibiam seu namoro, ela não hesitou em eliminar quem lhe impedia as vontades, mesmo que fossem seus pais.

É necessário dizer que se crianças, jovens e adolescentes ocupam espaços que não lhes pertencem é porque seus pais assim o permitiram e aceitaram passivamente. Falta a determinados pais coragem de confrontar seus filhos, de os colocar nos seus devidos lugares, e com isto sofrerão mais tarde.

A incapacidade destes pais passa por diversos fatores. Desajuste familiar, trabalho em excesso, outras prioridades que não a família, superproteção, sem contar que os tempos são outros. Anos atrás, crianças com sete, oito anos não tinham acesso a computadores ou jogos eletrônicos. Hoje qualquer escola tem computadores a disposição dos seus alunos, e os jogos eletrônicos estão presentes em muitos lares. Outro fator de desenvolvimento mental e intelectual de crianças é a televisão. Sem contar que muitos pais estão parados no tempo e no espaço, não progrediram como deveriam, dai são presas fáceis dos seus filhos.

O resultado de tudo isto, são crianças, jovens e adolescentes desprovidos de todo tipo de educação possível. Querem ver a confirmação disto? Perguntem na escola que há na sua rua ou na próxima esquina para qualquer professor, como é o comportamento dos alunos. Não se surpreenda com as respostas, mesmo se seu menino ou menina estiver entre eles.

Pequenos tiranetes e ditadores, que não hesitam em fazer dos seus pais meros joguetes nas suas mãos, que fazem chantagem quando contrariados, que xingam e humilham seus pais, quando não os agridem. Diante deste quadro é esperar cada dia pelo pior.

É só ver o quanto de crianças, jovens e adolescentes que estão dentro das nossas casas, nos nossos vizinhos ou dentro das nossas igrejas estão à mercê das suas inexperiências e fazendo prevalecer os seus caprichos, sendo alimentados do que de pior há na atualidade, em termos culturais, vão padecendo sob os auspícios de uma psicologia humanista, da indiferença e do desleixo.

Diante disto só nos resta esperar pelo pior.


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